Um Domingo de Sol
Acordei às 04:20 horas, com um gerador metido na cabeça, tal era o barulho que a máquina fazia, e a pensar nas centenas de milhares de refugiados que estão em risco de ficar sem a nossa protecção de segurança, caso não se consiga desbloquear a negociação com o Governo do Chade. Uma má maneira de começar um Domingo. Preocupações e dores de cabeça, que os cabelos já são poucos para ficarem ainda mais brancos.
Mas esteve um dia lindo. Um céu de fazer inveja, limpo como uma donzela num conto de fadas, e uma temperatura a dar vontade de pensar em coisas boas. Escrevi o que tinha que escrever, para a Visão, serviu para serenar. E voltei a exortar todos, incluindo os que estão nas terras frias das margens do Rio Hudson, a adoptar uma atitude razoável. Posições radicais levam os homens à perdição e fazem sofrer os mais vulneráveis.
Estive também a fazer as minhas contas. Os dias de Fevereiro e de Março têm que ser bem contados. É que mudar de vida, depois de tantas décadas de vida institucional, dá muito pano para mangas. Por muito claro que tenha sido, não me livro, como ainda hoje aconteceu, hoje, Domingo, de pressões vindas de Nova Iorque. Vejam lá, querem que continue mais um ano! Na verdade, tenho a intenção de continuar mais um, mesmo mais uns anos, muitos, para dizer a verdade. Mas na vida, apenas, a apanhar Sol, nada mais, que um Domingo de Sol faz bem à cabeça.