Na TAP, a pique para a ruína
Viajo frequentemente em companhias semelhantes à TAP. Na maior parte das vezes noto duas coisas: primeiro, que o pessoal de cabine dessas companhias é, em média, menos numeroso que no caso da TAP; em segundo lugar, que têm, em geral, uma atitude mais profissional, com um grau de empenho mais notório, mais passagens na cabine e maior sentido de serviço.
Isto em classe económica.
Na secção executiva, surge uma outra diferença. O pessoal da TAP tem uma atitude mais subserviente do que os seus colegas de outras companhias. Não convém confundir subserviência com atenção ao passageiro e qualidade. É a vénia perante os que parecem ter algum poder, uma vénia bem portuguesa.
O anúncio hoje de 10 dias de greve em Junho e Julho vem lembrar-nos uma outra característica da TAP: a irresponsabilidade dos seus dirigentes sindicais. Uma greve dessa amplitude, decidida por se ter retirado um membro do pessoal de cabine por voo, é um atentado contra a sobrevivência da companhia e um golpe muito sério na credibilidade internacional de Portugal, numa altura de crise profunda.
Só falta acrescentar: haja juízo!