Sobre a Turquia
O partido do primeiro-ministro Erdogan ganhou as eleições legislativas com cerca de 50% dos votos a seu favor.
É uma grande vitória, mas não permite a Ergodan, um político complexo, que mistura atitudes conservadoras com uma governação moderna e virada para o futuro, rever a Constituição a seu belo prazer. Fica-se, por isso, mais descansado.
A Turquia, sobretudo a sociedade de inspiração islâmica que Erdogan gostaria de consolidar, está culturalmente longe da Europa. Uma parte importante da sua população tem um comportamento exterior, que se manifesta na maneira como se veste, que é estranho, para os olhos de um Europeu. Este facto não deveria impedir a sua adesão à UE, mas a verdade é que pesa no processo e acaba por ser um obstáculo. Os políticos, em Paris, Bruxelas, Haia ou Berlim, sabem que os seus concidadãos teriam dificuldades em aceitar os Turcos como membros de pleno direito da UE.
Numa Europa que vive uma período de grande fragilidade, a adesão da Turquia poderá contribuir para um acréscimo dessa fragmentação. Há que ver esta questão com muito cuidado.