Um fim de dia pessimista
Este fim de dia faz-nos, uma vez mais, pensar na crise europeia.
A Grécia afundou-se mais uns pontos. Está, neste momento, numa situação de insolvência, uma insolvência que não quer mostrar a cara mas que é real. Qualquer novo empréstimo significará, simplesmente, que se disponibiliza dinheiro para ir pagando os juros da dívida, não o principal, e para manter o mínimo dos mínimos a funcionar, ao nível do Estado grego.
Portugal, que vive alegremente numa constelação solar que lhe é própria, conheceu um novo agravamento dos juros da dívida pública. Com juros a 12,5% para as obrigações a cinco anos, o panorama é bem claro. Não vamos sair desta crise num horizonte temporal previsível.
Cada vez mais a solução é perdoar a dívida destes dois países, e a da Irlanda, e acompanhar esse perdão com uma saída do euro. Estas duas medidas devem ser tomadas em simultâneo. É uma terapia de choque, mas com hipóteses de retoma económica num prazo de cinco a sete anos. A alternativa, a continuação destes países no euro, não permite descortinar um processo de recuperação. Vai, além disso, a curto prazo, dar azo a uma crise política no seio da União.