Debater a política externa
Tenho a vantagem de ver as coisas com alguma distância, depois de ter passado mais de três décadas na frente das relações internacionais - sem ser pago pelo contribuinte nacional. Também tenho uma outra vantagem: não estou enfeudado a nenhum grupo nem procuro fazer mais pela causa pública do que dar a minha opinião. É o que volto a fazer hoje, na revista Visão, que continua a dar-me refúgio, de quinze em quinze dias.
Tive a lembrança de escrever sobre a política externa portuguesa. As minhas colunas são, ponto estabelecido, sobre as questões internacionais. Desta vez, com um governo prestes a tomar posse e um novo titular dos Negócios Estrangeiros às portas do palácio, pareceu-me importante chamar a atenção sobre duas ou três coisas.
Uma delas, relaciona-se com o facto do MNE estar desligado da Assembleia da República. A culpa cabe à Comissão Parlamentar dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas. A Comissão tem sido mal gerida, pobre de ideias e ausente em matéria de estratégia. É uma Comissão que não está no centro das atenções dos líderes partidários. Residual, serve apenas para colocar uns fundos de calças que andam às moscas em S. Bento.
A outra, é sobre as prioridades externas. Devem corresponder a um largo consenso entre os partidos. Assim não acontece. Não tem havido um debate fino e visionário sobre a questão. Parece que há consenso, quando na realidade o que existe é falta de reflexão.
A terceira, tem que ver com a necessidade de fazer compreender que o investimento em relações externas compensa. Mas tem que estar em sintonia com a política interna, com os interesses das nossas comunidades no estrangeiro e com os investimentos das empresas portuguesas em certos pontos importantes do mundo.
O texto está disponível no sítio:
http://aeiou.visao.pt/negocios-estrangeiros=f607971
Boa leitura e melhores comentários.