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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

O desafio é enorme

Na viagem para Stavanger, perdi o telemóvel no voo para Frankfurt. Estava já no autocarro de ligação ao terminal quando um homem de meia-idade começou a perguntar aos passageiros se o telefone era de algum deles. Era, sim, senhor!

 

No terminal, comi uma sandes e a rapariga que me serviu tentou enganar-me com o troco. Em vez de 10 euros, devolveu-me uma nota de 5, mais as moedas. Disse-lhe que estava errado. Esperta, pegou numa das moedas e trocou-a por outra. Tive que chamar a atenção para a falta.

 

Em ambos os casos, os incidentes aconteceram com gente vinda do Médio Oriente. A diferença de comportamento entre os dois foi no entanto clara. Ficaram os médio-orientais empatados na minha consideração de hoje.

 

Depois, falei com os colegas alemães que se juntaram à minha viagem. Estavam muito preocupados com as notícias mais recentes sobre a economia portuguesa. Nesta parte da Europa dizem todos que somos bem comportados mas que estamos a perder a batalha. Os mercados e os investidores tradicionais estão a fugir do nosso país. Já ninguém acredita que Portugal consiga superar a crise sem um programa de ajuda diferente.

 

Que pensa o governo?

 

E que opinam os nossos intelectuais, quando não estão a discutir as questiúnculas que os ocupam ou a dar as cacetadas do costume nos bombos habituais da festa política portuguesa?

 

Que lindo dia

Um dia magnífico de Sol e cores luminosas na Costa do Sol, de Lisboa a Cascais. Do alto da colina, a dois passos de S. Julião da Barra, enchi-me do azul do mar e vi os veleiros passar, nos intervalos do exercício em que me encontrava embrenhado. Pensei que com um tempo assim, ninguém tem vontade de pensar na crise. 

Em crise

Passei o dia num país imaginário, foram 11 horas a discutir, com gente muito viva, como resolver uma crise nacional e regional profunda.

 

Para mim, o exercício começou ontem, vai continuar nos próximos dias em Oeiras, depois sigo para Stavanger, no litoral da Noruega, para continuar a mesma tarefa, volto mais tarde a Lisboa, para ver as outras facetas do problema, mas na realidade estou a viver, nestes dias, numa outra parte do mundo. Mal tenho tempo para ver o que por aqui vai acontecendo.

 

Assim se prepara a resolução de crises, com muita planificação, muito conhecimento, com grande número de especialistas, muita ligação aos mais diversos actores, muita repetição e muita prática,  pois cada crise é sempre muito complexa. 

 

O resto, é para os amadores.

As faces da mesma moeda

Estive hoje com um grupo de estrangeiros que trabalham e vivem em Portugal, mas com um salário internacional. Estavam todos de acordo que o nosso país é um paraíso, para expatriados com um estatuto internacional. Dá para viver à grande e aproveitar os dias de Sol, como o de hoje. 

 

Ontem, havia falado com um empresário estrangeiro que tem interesses comerciais em Portugal há vários anos. Disse-me que ter uma empresa em Portugal é um quebra-cabeças. A burocracia é um inferno. As reuniões de trabalho com funcionários públicos e outros afins são lentas e de resultados incertos. Os compadrios são a regra do jogo. E a qualidade dos serviços e bens produzidos é, frequentemente, sacrificada no altar do lucro fácil e batoteiro. 

 

Duas versões diferentes. No primeiro caso os interessados contam com um salário certo e alto. No segundo, é a concorrência e a competição económica que contam. 

 

Síria

Escrevo sobre a crise na Síria. Seria um erro não ver nada na Visão desta semana sobre a situação excepcional que esse país atravessa. Por isso, aí está o meu texto.

 

A tese fundamental que defendo é que o futuro da Síria passa por um regime democrático sem Assad. O ditador tem que ser deposto, sair de cena. 

 

Também menciono as razões que levam, no meu saber, a Rússia a impedir que uma resolução com dentes e garras seja adoptada no Conselho de Segurança da ONU. essa parte do artigo parece-me muito esclarecedora. Deveria fazer reflectir muita gente importante, no mundo Ocidental. 

 

http://aeiou.visao.pt/nao-esquecer-a-siria=f643939

Dá para pensar

Para que se tenha uma outra visão do mundo, para que se compreenda por que motivo os nossos horizontes são considerados, por muitos, como limitados, vou escrever sobre David Lockwood, que hoje faleceu em Londres. 

 

David tinha a minha idade. Fomos colegas na ONU, durante mais de três décadas. Nos últimos 12 ou 13 anos, antes da passagem à reforma, há menos de dois anos, David dirigiu o departamento Ásia, como director regional adjunto, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Conhecia todos os países da Ásia, do Irão às ilhas do Pacífico, trabalhara com os dirigentes de cada um desses países na área do desenvolvimento e estava ao corrente de todas as questões políticas, em cada canto dessa vasta região. Fora representante da ONU no Afeganistão, no Paquistão e no Bangladesh, número dois na China, e assim sucessivamente. 

 

Era um homem com influência, com autoridade para decidir quem seria proposto para representar a ONU em cada um dos países da Ásia, que é o tipo de poder por excelência dentro do sistema onusiano, o de decidir quem vai para onde. Mas nunca o ouvi levantar a voz, cortar na casaca ou diminuir alguém. Antes pelo contrário. Até ao fim, esteve sempre disponível para aconselhar, para evitar que erros fossem cometidos ou que surgissem situações embaraçosas. 

 

Já era responsável pela Ásia quando Timor entrou, em 1999, num processo de independência. Lembro-me da delicadeza do assunto em Nova Iorque, pois ninguém, nenhum estado importante, queria entrar em colisão com a Indonésia. David foi um dos que teve que passar muitas horas no Salão dos Delegados, a desempenhar a tarefa complexa de fazer passar a pílula amarga que era a emergência de Timor como um país soberano. 

 

Pessoas como David têm uma outra visão do mundo. Neste dia de partida, pensemos nisso. 

O país anda fora de jogo e a brincar às moedinhas

Não há nada como os números para acalmar os espíritos. 

 

Perante a agitação e a insanidade pública dos que pesam na opinião portuguesa, que se resumem numa espécie de loucura colectiva, de que a comunicação social tem sido o espelho nestes últimos dias, pensei que seria bom lembrar qual é o spread actual de Portugal, nos empréstimos a 10 anos. Em relação às taxas alemãs, que estão a 1.976%, Portugal acrescenta 12,923 pontos. Tudo somado dá para perceber que não estamos bem. 

 

Ou não dá?

 

 

 

 

 

10-year spreads

 

 

 

 

 

 

 

Previous day

Yesterday

This Morning

France

1.170

1.175

1.179

Italy

4.342

4.252

4.256

Spain

3.313

3.219

3.267

Portugal

12.663

12.518

12.923

Greece

32.847

32.562

40.18

Ireland

5.611

5.569

5.778

Belgium

2.156

2.071

2.149

Bund Yield

1.925

1.98

1.976

Polícias e confusões políticas

O governo acaba de demitir a direcção-nacional da PSP. É esta a reacção à petição da semana passada, dirão alguns. Se é, é a resposta errada. Os problemas quando existem, sobretudo numa força de segurança tão importante como a PSP, que trata da protecção dos cidadãos e da ordem pública, devem ser encarados de frente e resolvidos. 

 

Li a petição com cuidado e devo dizer que se ela peca por alguma coisa, será por ser muito respeitosa. Quanto ao resto, é verdadeira. Os problemas existentes na PSP são imensos: confusão continuada, de há muito, na orientação política da instituição, extrema pobreza de meios, falta de perspectivas de carreira, promoções emperradas, graduações absurdas, postos por preencher, diferentes tabelas salariais para pessoal em funções idênticas, e muito mais.  

 

Já a GNR tem conseguido ser tratada com mais atenção e mais respeito. Tem actualmente, por exemplo, 262 Tenentes-coronéis, enquanto a PSP tem, na categoria equivalente, 37 Intendentes. Quando as duas forças têm, no seu total, um número de elementos comparável, esta desproporção, que é um mero exemplo, faz levantar muitas questões.

Os polícias reduzidos à condição de ordenhadores de vacas leiteiras

Volto a escrever sobre questões de segurança. 

 

Sabia, há algum tempo, que a PSP e a GNR utilizam, certamente por decisão vinda do MAI, a grande maioria dos poucos recursos que têm para realizar operações Stop, umas atrás das outras. É a caça à multa, em vez da caça ao bandido. É dar a prioridade às entradas de receitas e não à segurança dos cidadãos.

 

Os próprios polícias acham que isto está errado. 

 

Nem mesmo a segurança rodoviária é servida com este tipo de procedimentos, pois os excessos de velocidade, as ultrapassagens perigosas, as manobras criminosas, as faltas de respeito pelos peões nas passadeiras, não são apanhados pelas operações desse tipo. Exigem mobilidade, não "stopismos" nem malabarismos. 

 

Hoje os jornais confirmaram que o estado está a receber mais de 230 000 euros por dia em multas aos automobilistas. É a política da vaca leiteira em vez de uma política de segurança. 

 

 

Criminalidade violenta

Todos os que sabem sobre questões de segurança em Portugal reconhecem que tem havido um aumento significativo da criminalidade violenta.

 

Mas não é apenas isso que deve ser motivo de preocupação. O que é deveras assustador é a incapacidade revelada pelo Ministério da Administração Interna. O MAI é hoje um ministério à deriva, incapaz de definir e fazer aplicar uma política de segurança dos cidadãos. A PSP está mais interessada em competir com a GNR do que em combater o crime. A GNR está mais interessada em relações públicas do que em cooperar com a PSP. Ambas, mas sobretudo a PSP, estão mais preocupadas em ultrapassar a Polícia Judiciaria do que na coordenação de esforços.

 

O Ministro, no topo de tudo isto, é um mero verbo de encher. Porém, nem todos estão descontentes com a sua falta de competência e de liderança. Se se fizesse uma sondagem junto dos gangues, teria uma cotação muito elevada. Eles sabem apreciar quem não está à altura das funções que exerce.

 

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