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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Um governo low cost

O populismo simplista que se apoderou da vida política portuguesa e da opinião pública levou o primeiro-ministro a optar por uma low-cost, no sábado, quando se deslocou a Bruxelas. Chegou com três ou quatro horas de atraso à cimeira europeia.

 

O leitor mais malandreco dirá que isso não trouxe mal algum ao país. Que os nossos líderes pouco ou nada pesam em Bruxelas.

 

Não sei. Sei apenas que um primeiro-ministro não pode estar sujeito às vicissitudes dos voos comerciais, sobretudo dos low cost, quando se trata de representar o país. É assim que se faz política internacional. É assim, também assim, que um país se dá ao respeito.

Tusk na Europa

Donald Tusk, o primeiro-ministro da Polónia, é uma boa escolha. Creio que fará um bom Presidente do Conselho Europeu. É um homem determinado, realista, com ideias claras, respeitado pelos seus pares. Ao mesmo tempo, poderá ser um bom interlocutor no diálogo com a Rússia de Putine. Por outro lado, enquanto líder do Conselho terá que adoptar uma posição relativamente moderada e de consenso, o que acabará por ter um impacto positivo no seu país, onde existe uma certa tendência para a radicalização, quando se trata do relacionamento com a Rússia.  

Fim de férias

Volto de férias este fim-se-semana. Para uma situação política internacional de grande complexidade. E para seguir, embora de longe, as pequenas guerras que destabilizam a democracia portuguesa e fazem crescer as interrogações sobre a maturidade dos nossos políticos. E sobre a qualidade e o funcionamento das nossas instituições. Sem esquecer que o caso “Espírito Santo” ainda está por avaliar, nas suas imensas ramificações e impacto sobre a economia nacional.

A Nacional 125 atravessa o caos que somos

Já aqui o disse há dois anos e volto a escrevê-lo hoje, com outras palavras mas com o mesmo sentido. Percorrer a Nacional 125, no Algarve, é como arranhar os olhos contra cactos selvagens e poeirentos. As bermas da estrada mostram a paisagem de um Algarve caótico, sujo, confrangedor na sua pobreza. Sem contar com os comércios às moscas, o trânsito intenso nesta altura do ano e as rotundas mal sinalizadas e perigosas.  

Ébola e a crise dos Estados da África Ocidental

Critico quem tenta banalizar o impacto do Ébola nos países africanos da África Ocidental. Quem nos diz, com muito cinismo, que a OMS já declarou no passado outras crises pandémicas que afinal, com o tempo, se revelaram controláveis. Quem, com ligeireza, fala do Ébola como se tratasse de uma doença como o Sida, a malária ou a tuberculose. É verdade que estas doenças matam, cada dia mais gente que os que morrem por causa do Ébola. Mas o problema não reside aí. A epidemia está a destabilizar política e socialmente estados extremamente frágeis, que ainda não há muitos anos estavam mergulhados em profundas guerras civis. Há hoje um sentimento generalizado de pânico nesses países. Os governantes estão a perder o controlo da situação social. A unidade nacional, que estava pouco a pouco a ser reconstruída, encontra-se agora, de novo, ameaçada. O investimento político, económico e social que havia sido feito ao longo de anos de pós-crise nacional está em risco de se perder. Ou seja, estamos de novo perante uma crise estrutural na África Ocidental.

 

 

 

 

 

 

 

Digressões algarvias

Estou há cerca de uma semana no coração de Vilamoura. Sem sair muito da casa onde passo duas semanas de férias, fico com a impressão de estar num outro país. As ruas e as vivendas desta zona têm muito pouco que ver com o resto do Algarve. A própria marina de Vilamoura é um mundo à parte. Só lá fui uma vez, há uns dias, e ficou claro que por ali há dinheiro e gente de fora.

 

Felizmente que as poucas excursões que até agora fiz fora desta área me levaram, de cada vez, ao mercado da Quarteira. A Quarteira está pegada a Vilamoura, do mesmo modo que a noite se segue ao dia. O mercado é, no entanto, uma experiência agradável. Ir às compras é voltar a um Portugal descontraído e simples, ao peixe fresco, caro, e às hortaliças e frutas, em conta.

 

Esse Portugal é bem melhor do que o outro que permite a dois ex-administradores, que de um modo ou de outro, tiveram a responsabilidade de levar o BES à ruína, voltar agora a prestar serviços no Novo Banco. O banco pode ser novo, mas as manhas ou as incompetências desses senhores são velhas e conhecidas. A sua nomeação não deveria fazer parte do Portugal de hoje. Mas faz. O que não augura um futuro brilhante para a equipa de Vítor Bento.

São sinais destes que mostram qual poderá ser o futuro.

 

 

Verão com nuvens

O meu texto de hoje na Visão é uma digressão de Verão, escrita na costa ocidental da Noruega, em Stavanger.

 

Passo a citar o que publico na Visão:

 

Reflexões norueguesas

Victor Ângelo

 

Escrevo esta crónica de Verão junto à janela. Lá fora, a paisagem abre-se e fica dominada pelo fiorde de Stavanger, o mar e a cadeia de montanhas que define o horizonte. Olhando bem, tranquilidade, vastidão e curiosidade, no sentido de querer ir mais além e descobrir o que está para lá dos recortes das baías e das serras, são os pensamentos que me ocorrem. Ou seja, viajar, mas não nos gigantescos navios cruzeiros, conto três esta manhã no meio da cidade, que o centro de Stavanger foi construído nas margens da ponta do fiorde. Os navios são uma feira ruidosa, um novo tipo de turismo de massas a fingir que é luxo.

 

Situada na costa oeste do país, capital do petróleo norueguês, Stavanger é uma urbe em crescimento acelerado. Mantém, no entanto, a característica que melhor define as cidades da Noruega: vida sem sobressaltos e próxima da natureza. Mostra, igualmente, que é possível conciliar a riqueza do petróleo com a construção de um futuro harmonioso, viver-se uma vida confortável mas sem exibicionismos de novo-rico. A disciplina individual e coletiva é o segredo da coisa. Disciplina na vida cívica, na política, em casa, na maneira como se constrói o futuro. Aqui, aprende-se que a disciplina social é um fator essencial para a prosperidade de um povo.   

 

Stavanger é também um exemplo de diversidade étnica. Nos anos setenta foi o porto de abrigo para muitos refugiados vietnamitas, acolhidos que foram por estas terras. Estão integrados. A jovem militar que se ocupou do meu acesso seguro a meios informáticos, quando aqui cheguei há uns dias em missão, tinha um nome meio norueguês meio vitenamita. A sua fisionomia não enganava ninguém: representava bem a beleza do extremo-oriente.  A Noruega sempre foi um país generoso em termos de asilo político. Agora há gentes de diversas nacionalidades: refugiados vindos do Iraque, do Afeganistão, Curdos da Turquia, famílias da Somália e muitas mais. Quando se vai à polícia local tratar da documentação, o primeiro passo consiste em selecionar a língua, das várias disponíveis, em que se quer ser atendido. Na frente económica, encontramos imigrantes de várias partes da Europa. Desde a vizinha Suécia – trabalhar na Noruega é uma alternativa mais vantajosa – até à Polónia. A comunidade polaca é das mais numerosas. Também há portugueses, como não podia deixar de ser. Por coincidência, atrás de mim, no avião vindo de Frankfurt, sentava-se um casal do Porto, imigrantes na Noruega desde há alguns anos.  

 

O sítio onde trabalho é guardado por jovens militares a cumprir os seis meses de serviço obrigatório. Este é um dos poucos países europeus que conservou essa prática. Tem dinheiro para o fazer. O modelo não é, por isso, exportável. Mas, enquanto me perco a contemplar a paisagem, reconheço que a Europa precisa de refletir a sério sobre o seu sistema coletivo de defesa. Os desafios existem, como podemos ver do lado da Ucrânia e da Rússia, nas águas e nas margens Sul e Oriental do Mediterrâneo, na frequência crescente dos ataques cibernéticos. Reconheço, porém, que a defesa da Europa é hoje um conceito complexo, que vai muito para além da resposta militar. Passa por repensar a aliança com os EUA, que têm, de longe, o melhor sistema de defesa do mundo. Passa, igualmente, por uma redefinição do papel das forças armadas e do seu relacionamento com as polícias, os serviços de informações, os diplomatas e a opinião pública. O fiorde lembra-nos que estas coisas são bem mais vastas do que parecem. Mesmo na pausa do Verão, que este ano tem estado agitado.

Distúrbios em Lisboa

Dizem-nos as notícias que houve pandemónio no Centro Comercial Vasco da Gama, esta tarde, em Lisboa. Centenas de jovens de origem africana causaram distúrbios e pânico.

 

Este tipo de acontecimentos não é único. Não foi a primeira vez. E não será a última, tendo em conta a diversidade étnica que caracteriza uma cidade como Lisboa.

 

O controlo destas manifestações é fundamental. Como também o é a responsabilização criminal dos elementos mais violentos. Não deve, no entanto, ser vista sob o prisma do racismo. Jovens de grupos étnicos minoritários vão continuar a sentir-se discriminados. É a natureza das sociedades complexas de agora. Mas devem também entender, de modo claro, que essas manifestações terão sempre uma resposta enérgica. No que respeita à PSP não tenho dúvidas. Mas já não digo o mesmo no que respeita à justiça.  

Política pequenina, meia-dose

Já devem ter notado que tenho muito pouca paciência para aturar os dirigentes políticos portugueses. Depois de ter andado dezenas de anos por vários cantos do mundo, a qualidade dos nossos líderes parece-me fraca e sem interesse. Agora, estando de férias por duas semanas, a paciência é ainda mais diminuta. Esta foi aliás uma expressão utlizada hoje pela minha neta de quatro anos, quando lhe dei, na praia, uma bisnaga de sumo. Diminuta. Assim é a política em Portugal. A minha neta resumiu a coisa com a palavra exacta.

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