A PT tem que voltar a uma gestão saudável
A PT, uma companhia controlada por capitais brasileiros, que já foi uma empresa emblemática em Portugal, está numa situação perto da ruína, quer pelo valor que perdeu em bolsa quer ainda por ter dívidas astronómicas, cerca de 6 500 milhões de euros, segundo se diz. Agora, uma empresa sediada na Holanda, a Altice, mas que está ligada a interesses franceses e israelitas, fez uma oferta de compra da PT. O preço é altamente vantajoso, e as condições, se forem bem discutidas, também o poderão ser. Altice é uma companhia com bom nome na área das telecomunicações. É, além disso, gerida de modo dinâmico. Trata-se, sejamos claros, de uma multinacional. Investe onde pensa que vale a pena investir e depois gere como melhor entende. Por isso, antes de se entrar em qualquer negócio com firmas desse tipo é sempre bom fazer o trabalho de casa e saber quais são as condições que interessa defender.
O trabalho de casa não é, como uns iluminados onde sugeriram, umas múmias da direita e da extrema-esquerda, numa estranha associação de protagonismos, pôr o estado a controlar a PT ou a opor-se à sua venda. Se o ridículo matasse já não tínhamos classe política em Portugal! E como essas caricaturas são ou foram professores universitários, só posso agarrar as mãos à cabeça, a pensar no que se tem andado a ensinar nalgumas das nossas faculdades.
Vendida a estrangeiros já a PT está. O que interessa é pôr a PT a funcionar sem compadrios, aqueles que havia do tempo dos bonecos chamados Granadeiro e Bava, e que levaram a PT ao desastre em que se encontra. E para isso, quanto mais depressa ela for alienada a um grupo sério, que se interesse pela sua gestão sem favores, melhor.