O comércio anda frouxo
Almocei hoje num restaurante vietnamita, aqui no bairro, a dois passos donde resido. Foi a primeira vez, apesar da proximidade. Quando telefonei para marcar uma mesa para sete pessoas, a senhora, que mais tarde soube ser a mulher do cozinheiro e dona, com o marido, do restaurante, disse-me que tinham pensado estar fechados hoje. Haviam tido muito trabalho na passagem do ano e estavam a precisar de um dia de repouso. Mas quando soube que seríamos sete e que éramos vizinhos – um vizinho é sempre uma oportunidade de negócio que se pode repetir no futuro – disse-me que sim, que a porta estaria aberta e a mesa confirmada. Descansariam na segunda-feira.
E assim foi.
Mais ainda, como a sala estava a funcionar, surgiram outros cinco clientes. Nada mau, como negócio, num sábado apagado, depois das festas e com tanta gente ainda fora da cidade. E estes imigrantes vietnamitas deram-nos uma lição de flexibilidade e de saber fazer comercial. Os tempos não estão de feição, mesmo por aqui, nesta cidade onde há gente com um nível de salários elevado. Os restaurantes de bairro conhecem, nos dias de hoje, uma quebra importante de actividade. Os almoços de negócios são cada vez menos, incluindo por razões de aperto fiscal, e as famílias, com a vida cara como está, preferem ficar por casa. Por isso, há que tentar apanhar as oportunidades, mesmo as mais pequenas.
E a verdade é, no que me diz respeito, que a senhora e o marido ganharam um cliente e alguém que vai dizer bem da casa.