Ainda sobre os Trabalhistas
A eleição de Jeremy Corbyn como Líder do Partido Trabalhista do Reino Unido continua a despertar as mais variadas reações e interpretações. Dentro do partido, a maioria dos dirigentes que haviam sido, nas duas últimas décadas, as personalidades fortes e a voz dos Trabalhistas no Parlamento e na imprensa, decidiu não alinhar com Corbyn. Não aceitaram fazer parte do Governo-Sombra, ou seja, dos que se sentam na bancada da frente no Parlamento e fazem contraparte e oposição aos ministros do Governo de facto.
Apesar disso, a equipa que Corbyn conseguiu formar – e foi anunciada hoje – tem mérito e vai certamente dar luta à formação de David Cameron. O primeiro teste do novo grupo de dirigentes vai ter lugar nesta quarta-feira, no Parlamento, durante a sessão quinzenal das Perguntas ao Primeiro-ministro. As atenções vão certamente estar focadas nessa confrontação.
Assim são os tempos que correm. Elege-se alguém e quer fazer-se um julgamento definitivo sobre esse novo dirigente de imediato.
Há que esperar. Jeremy Corbyn é certamente uma grande incógnita em termos de liderança. Uma coisa é ser um rebelde, outra é dirigir um partido como o Trabalhista. Mas julgar o homem desde já, será injusto.
Há que seguir os acontecimentos com atenção e tentar perceber o que se está a passar no Reino Unido. E ver qual é o impacto de tudo isso sobre outras partes da política europeia.