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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Sobre a defesa da Europa

Um dos líderes mais importantes do grupo terrorista “Estado Islâmico” foi morto perto de Alepo, na Síria. Foi um tiro de precisão, disparado por um drone militar americano. Por detrás deste tiro, deve reconhecer-se que existe toda uma máquina de guerra que não tem paralelo no mundo. Nomeadamente, quando se trata da selecção, da recolha de informações em território hostil, do seguimento e da acção contra alvos muito precisos, como foi agora o caso. Chama-se a isso “targetting”. E essa é uma das deficiências que encontramos nas forças armadas europeias, que não têm uma capacidade equivalente. E é isso que eu não me canso de lembrar aos que na UE falam da criação de uma organização comum de defesa. Há muitas coisas que poderíamos por em comum, em matéria de defesa, é verdade. Mas isso não implica a criação de uma estrutura militar paralela à NATO, uma estrutura que do ponto de vista operacional teria esta e muitas outras lacunas.

 

Impunidades

Voltando ao escândalo que é a Caixa Geral de Depósitos, qual é a justificação para que a anunciada “auditoria forense”, decidida pelo governo há mais de dois meses, ainda não tenha sido iniciada? Quem tem aconselhado o governo a não andar para a frente com a auditoria, dizendo que uma investigação judicial dos actos praticados nos últimos mais ou menos dez anos não seria politicamente oportuna, por poder vir a mexer em gente com muitos poderes?

Não houve actos ilícitos? Não há responsáveis? Ninguém tem culpa?

É só fechar os olhos, toca a roda e mais do mesmo?

É por estas que eu penso que a política e os negócios devem ser mantidos em esferas separadas. Cada um no seu domínio, com regras claras e supervisão a sério. O resto é conversa, é ideologia barata, é abrir as portas à corrupção e ao roubo organizado e impune.

 

Caixa Geral dos Partidos

Este blog foi dos primeiros a escrever sobre a catastrófica situação a que sucessivos governos e interesses partidários do chamado “centrão” conduziram a Caixa Geral de Depósitos. Os anos da governação Sócrates foram particularmente desastrosos para a Caixa, que foi emprestando dinheiro a torto e a direito, sem qualquer outro critério que não fosse o da roubalheira e da negligência criminosa. Os de Passos Coelho foram anos de empurrar o problema para a frente, a fingir que este não existia. 

Agora o cidadão vai pagar uma vez mais a conta. Trata-se de pôr o banco de pé, dizem. Eu acrescento que se trata acima de tudo de criar as condições para que a interferência política volte a acontecer. Não houve vergonha no passado. Seria ingénuo pensar que a haverá agora e nos próximos anos. 

Os partidos querem controlar os bancos para poderem satisfazer as suas clientelas. É o saque organizado sob o lema do banco público.

 

Viagens ao outro país

Estive mais uma vez em Évora, a terra das minhas raízes e onde vivi até à idade adulta. E voltei a entender que existe uma profunda dualidade, que é outra maneira de dizer desigualdade, em vários sentidos, neste país que é o nosso. E que este é um assunto que precisa de receber mais atenção. E que eu não posso tratar assim de fugida.

 

Comentando os comentários

O meu escrito de ontem sobre o burkini atraiu muita atenção e suscitou muitos comentários.

A minha reflexão procurava ser uma leitura política da proibição do uso do burquini. Não tinha a ambição de acrescentar uma linha que fosse ao debate religioso nem queria entrar em polémicas sobre a aceitação ou a rejeição de populações que vieram ou têm raízes fora da Europa, e muito particularmente em países de cultura islâmica.

Enquanto escrito político, levantava uma série de questões sobre as relações entre culturas muito distintas, quando estas coabitam no mesmo espaço nacional. Questões sobre a tolerância do outro, a integração, a militância protagonizada por um lado e o outro, bem como sobre a estabilidade política em sociedades muito diversas.

Estas são algumas das pistas de debate a que não poderemos fugir, sobretudo nos países com uma proporção significativa de pessoas que vêem a vida em sociedade por prismas que não são os tradicionais da Europa.

As reacções que tive mostram que se trata de um tema que interessa a muitos portugueses, apesar de não termos aqui situações semelhantes às que se verificam em Marselha, em Molenbeek ou em Berlim. Mostram igualmente que se trata de um assunto que é facilmente explosivo. Mas isso não deve impedir que se fale e se escreva sobre ele.

Curiosamente, um dos comentários aconselha-me a que levante o rabo do meu “confortável” cadeirão e que vá viajar por França, para entender o que se passa nesse país, em que os autocarros estão cheios de muçulmanos, e assim sucessivamente. É a primeira vez que alguém me diz que vá viajar. Como passei e continuo a passar a vida a andar por muitos e variados sítios, e não como turista apenas, mas sim por outras razões, o que normalmente me perguntam é quando vou parar de andar por esse mundo fora.

A resposta é que não será de imediato. Aliás, a próxima viagem levar-me-á à Ásia Central e curiosamente, estará relacionada com o crescente radicalismo religioso que tem estado a ocorrer nessa região. Um assunto que preocupa as autoridades e as organizações internacionais, e que não tem encontrado uma maneira eficaz de ser tratado

Mas, como podemos constatar, em Portugal também temos muitas vistas radicais e não serão mesmo nada de inspiração religiosa…

 

 

Que esconde o burkini?

O burkini tapa muita coisa

Victor Ângelo 

 

            A interdição do uso do chamado burkini, em várias praias de França, é uma medida bastante controversa. A favor, encontramos uma boa parte da classe política francesa, incluindo ao mais alto nível, segundo se percebeu ao ler as declarações recentes de Manuel Valls, o primeiro-ministro. Argumentam, no essencial, que se trata de uma maneira de vestir que traz, de modo ostensivo e provocatório, a militância religiosa extremista para um espaço comum de lazer, criando assim situações que podem perturbar a ordem pública. Este argumento vale o que vale. Mas a verdade é que a legalidade da interdição acaba de ser aceite pelo Tribunal Administrativo de Nice. Contra, estão a Liga dos Direitos Humanos e certas organizações islâmicas, que veem na proibição um ato discriminatório e contrário à liberdade individual. E no meio da polémica surge a questão dos direitos das mulheres, sem que a sua voz seja particularmente ouvida.

            Em Portugal e noutros países da Europa com uma proporção pouco expressiva de muçulmanos residentes, não se entende o que está em causa em França. Como também o não compreendem os britânicos, apesar do peso das comunidades islâmicas no quotidiano do Reino Unido. Nesse país, o alheamento perante o que é diferente e a segregação informal criaram um equilíbrio social entre mundos paralelos, que vivem à parte e fingem ignorar-se.

            Voltando à França, a contenda esconde questões muito sérias. Na minha leitura, estamos perante mensagens políticas de um novo tipo e sinais de uma crise de sociedade que se anuncia. O que os políticos parecem querer dizer é que esperam dos muçulmanos de França um comportamento que mostre que estão dispostos a integrar-se mais e melhor na cultura do país, tal como esta é entendida pela maioria da população. O burkini poderá ser uma solução no Norte de África ou no Médio Oriente. Não cabe, no entanto, na maneira laica, moderna e sem preconceitos de estar na vida que se pratica no Ocidente e em particular nos areais do Mediterrâneo da Côte d´Azur. Mais ainda, a sua introdução é vista como mais uma bandeira de uma campanha que certos sectores radicais pretendem promover, com vista a ganhar importância política através de uma militância de cariz religioso extremo. 

            Tudo isto reflete as novas inquietudes que se vive em França – e noutros países da vizinhança. Uma parte da França ficou traumatizada com a ocorrência sucessiva de atentados. É igualmente revelador de um conflito latente entre comunidades nacionais, que só espera que surjam faíscas, como as dos burquinis, para que se acendam os ânimos e se extremem as posições.

            Terá sido atingido o limite de tolerância em relação à diversidade cultural e étnica, em sociedades como a francesa? Iremos entrar numa fase de conflitos abertos e de discriminação deliberada contra quem é diferente? Veremos certos grupos minoritários, mas convencidos da sua superioridade religiosa e da força da sua determinação, começar a pôr em causa os valores do secularismo, da igualdade entre os homens e as mulheres, da liberdade de escolhas, incluindo a possibilidade de não se acreditar no além? Grupos que procurarão impor um modo de estar na vida que nada tem que ver com as práticas europeias de hoje?

            Haverá certamente motivos para se estar ansioso em relação ao futuro. Há, no entanto, que debater estas questões com serenidade. Mas, para já, devemos ficar preocupados por ver que os autores dos atentados estão, em certa medida, a conseguir realizar dois objetivos importantes. Dividir a sociedade, por um lado. Por outro, levar os políticos e a opinião pública a concentrarem a sua atenção em questões que não deveriam ser mais do que assuntos marginais no grande espectro de problemas que a França e alguns dos seus vizinhos têm pela frente. Incluindo nós, enquanto parceiros no mesmo espaço geopolítico.

 

(Texto que hoje publico na Visão on line)

A prudência alemã

Continuo a interrogar-me sobre as razões que levaram o governo alemão a aconselhar que cada agregado doméstico fizesse uma reserva de comida e de bebidas. A recomendação menciona um período de pelo menos dez dias de mantimentos. E há mesmo uma lista indicativa dos produtos de base que seria importante incluir nessa despensa de emergência.

A decisão é acompanhada de uma pequena nota sobre os riscos que poderão levar à interrupção da vida normal. E de uma explicação sobre as medidas de precaução que o próprio governo irá tomar: aumento das reservas estratégicas de combustível, de antibióticos, de comprimidos de iodo de potássio, bem como a criação de novas zonas de descontaminação e outras urgências em certos hospitais.

Na realidade, fica-se com a impressão que existem ameaças muito sérias, que poderão pôr em causa a vida colectiva de todos os dias.

Ou será apenas prudência a mais?

Não tenho a resposta.

 

Escrever sobre as Nações Unidas

Com a terceira ronda às portas, marcada para 29 de agosto, e com António Guterres na linha da frente, na corrida ao topo da instituição, cresce o interesse na imprensa portuguesa sobre as Nações Unidas. E surgem vários textos, sobretudo para dar uma perspectiva histórica do relacionamento de Portugal com a ONU.

Ainda bem que assim é. A questão onusiana tem sido sempre tratada pela rama e de modo muito incompleto. Os escritos que agora vão surgindo permitem dar um pouco mais de substância à matéria.

Mas ainda há muito que aprender, como noto quando falo com gente que normalmente tem um bom acesso à informação. Não entendem bem como funciona a máquina. E também o noto nos próprios textos, que são escritos por quem leu umas coisas sobre a ONU ou se relacionou com ela do lado de fora, a partir das nossas missões diplomáticas.

 

 

Afogados na incompetência política

Hoje lembrei-me do velho Deng Xiao-ping (1904-1997). O tal que dizia, por outras palavras mas com o mesmo sentido, que o importante não era a cor do gato, se branco ou preto, mas sim se caçava, ou não, ratos. É o pragmatismo político levado ao extremo.

 

Mas a verdade é que precisamos, no nosso caso bem português, de introduzir uma forte dose de pragmatismo na nossa prática política. Há conversa a mais, ideologia superficial em abundância, e poucos resultados práticos. Ora, o que os cidadãos querem é que o país funcione melhor, que lhes facilite a vida. Esse é o critério que conta. 

 

Ora, estamos e temos estado, nas mãos de incompetentes. O verdadeiro combate político passa pela luta contra essa ineptidão. O Zé que vê a sua companheira esperar às portas do Serviço Nacional de Saúde até já não haver solução não pensa na cor do gato que está no governo. Fica convencido, isso sim, que a incompetência mata os pobres. A Maria, que aos 26 anos ainda anda à procura do primeiro emprego, depois de vários estágios faz-de-conta, compreende agora que o sistema educativo não a preparou para a vida. A incompetência do sistema público de educação dá cabo da vida aos jovens pobres, sem no entanto beliscar o futuro dos filhos dos ricos. E dos políticos… 

 

E assim sucessivamente.

 

 

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