Adiamentos
O velho ritual voltou a ser cumprido. Depois de 900 km de estrada, o dia terminou na Adega de Belém, como sempre acontece nestas ocasiões. É a prova dos nove do regresso a Lisboa.
E no primeiro serão não se fala de política.
Com um novo governo ainda a dar os primeiros passos, o melhor é, de qualquer modo, esperar um pouco mais, para ver onde param as modas. Para já, seria mera especulação, sem fundamento.
Entretanto, a aprovação pelo Parlamento grego de um segundo programa de austeridade foi bem recebida na Europa e muito mal na Grécia. Serve, para já, para permitir emprestar 12 mil milhões de euros adicionais, que deverão satisfazer as necessidades mais urgentes. Mas não vejo como é que o programa possa vir a ser implementado. A sua aprovação, na minha opinião, foi para muitos dos deputados mais um exercício de hipocrisia. Aprova-se, em teoria, diz-se que sim, mas não se executa.
Sou dos que pensam que não há lugar na zona euro para a Grécia, a não ser se eles passaram a cumprir o que prometem.
Isto de se andar para aí a dizer que a Europa tem que ajudar porque a Grécia foi o bercco da democracia é um argumento que tem a leveza de um velho senhor que nao está a perceber o enredo do filme.