Viagens apertadas
No voo de regresso, o passageiro do assento em frente do meu reclinou-se com um à vontade sem limites. Só que o meu assento era o último antes da fila de emergência, não se reclinava.
Fiz ver ao companheiro de viagem -- um homem descontraído, tipo novo-rico, mais velho do que eu -- que me estava a deixar entalado.
Não me quis ouvir, nem quando falei, nem quando empurrei, duas ou três vezes, de modo bem explícito, a sua cadeira para a frente, como prova do meu mal-estar. Só reagiu quando lhe disse que era por causa de atitudes destas, de falta de consideração pelos outros, que Portugal não progride. Virou-se para trás e retorquiu: Veja bem, que eu sou Brasileiro!