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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Ajuda humanitária e militar

As reuniões entre as partes são importantes. Mesmo sem progresso visível. A dada altura pode sair de um desses encontros uma via que leve, pelo menos, ao cessar-fogo. Também é significativo que esteja prevista uma sessão entre os ministros dos Negócios Estrangeiros de ambas as partes, na quinta-feira, na Turquia.

Alguém me perguntava, hoje, na Antena 1, o que penso da posição “extremada” de cada um dos lados. Respondi, esclarecendo que apenas um lado tem exigências irrealistas e extremas: o lado russo. Querem que os ucranianos reconheçam a ocupação da Crimeia, as “repúblicas separatistas” do Donbass, com uma configuração territorial três vezes superior à actual, que a Ucrânia não tenha forças de defesa e que se comprometa a não aderir à NATO. De todas estas, apenas a última me parece negociável, o que não quer dizer inteiramente aceitável. As outras são pura e simplesmente um pretexto para continuar a agressão.

Como aqui escrevi ontem, nesta fase é fundamental dar a prioridade à questão da protecção dos civis e ao apoio humanitário.

Mas também é essencial continuar a ajudar as forças armadas ucranianas com armamento e outros meios logísticos. A Ucrânia está num processo de legítima defesa. Precisa de assistência. Todavia, esta deve ser feita de modo mais discreto. Há muita televisão e muitos comunicados sobre essa ajuda. Não pode continuar assim. Ontem, uma das televisões europeias mostrava com toda a clareza e ingenuidade uma base militar polaca, com o nome do local e tudo. Não está certo. Nestas coisas, o secreto é alma do negócio.

Sida: um combate que não pode ser esquecido

Dia Mundial de Luta contra a Sida. Um desafio em certas partes do globo, nomeadamente em África e no Sudeste Asiático. São sobretudo os mais pobres que têm maiores dificuldades de acesso à medicação necessária para os manter activos e em vida. A pandemia da COVID-19 não nos pode fazer esquecer o combate diário que muitos enfrentam perante o vírus da Sida. 

O Dia das Nações Unidas

Celebra-se hoje o Dia das Nações Unidas. São 76 anos de existência. Desses, estive 32 com a organização, tendo trabalhado nas áreas da população (demografia), do desenvolvimento, da acção humanitária e das políticas de manutenção da paz. Nos países europeus não se entende bem quais são as diversas funções da ONU. Fora da Europa, a presença em cada país é mais visível e as Nações Unidas são mais bem conhecidas. Para muitos, fazem a diferença entre a vida e a morte, através da assistência humanitária ou dos programas de apoio aos cuidados de saúde primários, ou ainda por causa da presença das missões de paz. Por isso, e porque tem havido toda uma série de ataques contra as organizações multilaterais, é importante lembrar o dia e a contribuição quotidiana do sistema das Nações Unidas.

A Europa perante a possibilidade de uma nova onda migratória

https://www.dn.pt/opiniao/migracoes-e-temores-europeus-14103681.html

O link acima abre o meu texto desta semana no Diário de Notícias. Publicada ontem, esta crónica olha para os possíveis movimentos migratórios que a nova situação afegã pode originar, tendo sempre presente a perspectiva europeia e a acção política.

Cito, de seguida, um extracto da minha crónica. É um parágrafo final, que resume uma parte importante da questão.

"Os diferentes estados europeus estão dispostos a acolher quem trabalhou diretamente com as suas forças militares. Mas não têm a intenção de ir mais além. Aos habituais Viktor Orbán e companhia, junta-se agora uma nova vedeta, o Chanceler austríaco Sebastian Kurz. E as redes sociais já estão cheias de teorias catastróficas sobre o impacto que adviria de um aumento da proporção de muçulmanos em terras europeias. Sem esquecer, dizem, os possíveis perigos de atentados terroristas. A realidade é que aqui, na UE, como noutras partes do mundo, as questões de identidade cultural estão cada vez mais no centro da agenda política."

Notícias do Afeganistão

Grupos de mulheres vieram para a rua em Cabul e numa ou outra cidade de província para lembrar aos talibãs os seus direitos. Registo e admiro a coragem que mostraram ter.

Também noto que a formação do novo governo, no seguimento da tomada do poder pelos talibãs há quase três semanas, continua a ser negociada. Isso quererá dizer que há mais divergências entre eles do que aquilo que se possa pensar. E que os equilíbrios de poder não estão a ser fáceis.

Entretanto, a economia e a situação humanitária continuam em queda livre. Chegou alguma ajuda alimentar vinda do Golfo (Qatar) e do Paquistão. São gotas de água, mas são bem-vindas. E o Secretário-Geral-Adjunto da ONU para a Coordenação Humanitária esteve hoje em Doha, para consultas com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar. Foi uma boa iniciativa.

As Nações Unidas e o poder talibã

https://www.dn.pt/opiniao/as-nacoes-unidas-face-ao-desafio-taliba-14083549.html

Este é o link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. 

Cito um parágrafo:
"A agenda humanitária é uma boa porta de entrada para conversações mais amplas. É verdade que não se deve misturar o campo humanitário, que tem como objetivo único e primordial salvar vidas, com matérias políticas. A ajuda que atenua o sofrimento humano, impede o atrofiamento físico e mental das crianças e mantém vivas as pessoas é um dever da comunidade internacional, independentemente dos sistemas de governação e das escolhas ideológicas. Mas pode possibilitar a abertura de uma via de aproximação e de diálogo político."

O medo dos movimentos migratórios

A questão migratória está de novo no centro das discussões europeias. Num contexto internacional profundamente alterado, a única preocupação para muitos dos dirigentes europeus é a de evitar movimentos de massa de pessoas vindas do Afeganistão. Estão prontos para gastar o que for preciso para conter os refugiados e os migrantes afegãos nos países vizinhos, no Paquistão e mesmo no Irão.

O receio dos movimentos migratórios deveria fazer os europeus pensar duas vezes antes de enviar expedições militares para países longínquos, fora de um mandato internacional aprovado pelas Nações Unidas.

O Afeganistão e o Conselho de Segurança da ONU

Neste dia em que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução frouxa, para pedir aos talibãs que respeitem a promessa que fizeram de deixar sair do país quem tiver os documentos de viagem necessários, é preciso lembrar as realidades que a população está a viver.

Assassinatos sumários de membros das forças militares e de segurança, especialmente de mulheres com postos de responsabilidade no aparelho securitário que foi derrubado. Esses assassinatos estão a acontecer um pouco por toda a parte, sobretudo nos centros urbanos.

Repressão das mulheres e raparigas. Impedidas de ir trabalhar, de voltar às salas de aula. E os dirigentes confirmaram hoje à UNICEF que as raparigas só poderão frequentar o ensino primário.

Uma crise económica muito profunda. Não há dinheiro disponível, uma parte da economia não funciona e o país atravessa um período de seca muito grave, que provoca uma quebra significativa da produção alimentar. À crise económica seguir-se-á uma crise humanitária massiva.

Medo generalizado. As pessoas sabem o que significa uma governação talibã.

Ansiedade na região, que teme ver chegar um número impressionante de refugiados e um acréscimo do terrorismo, com grupos a operar a partir do Afeganistão.

Essas são as realidades. A resolução do Conselho de Segurança pouco mais é do que um tiro de pólvora seca. A França havia proposto uma resolução um pouco mais enérgica, embora fundamentalmente ligada às questões da evacuação e da ajuda humanitária, mas não conseguiu construir um consenso, que permitisse a sua aprovação. A atitude no Conselho é de esperar para ver. Ou seja, não agir quando o deveria fazer.

 

Os europeus face ao novo Afeganistão

Emmanuel Macron, Josep Borrell e outros líderes europeus vêem na situação afegã duas dimensões essenciais: a necessidade de proceder à evacuação dos europeus e dos afegãos que estiveram ligados às actividades da UE no país; e o risco de novos fluxos migratórios em direcção à Europa. Borrell vai um pouco mais longe e fala de ajuda humanitária, sem que se perceba bem como será possível fornecer apoio humanitário sem passar pelo poder talibã e pela apropriação que estes farão de tal ajuda.

Esta é uma maneira curta de ver o que está a acontecer no Afeganistão. A realidade e as lições a tirar são muito mais complexas. Mais ainda, o xadrez estratégico naquela parte do mundo – e não só – mudou radicalmente desde domingo. Essa questão e as violações dos direitos humanos que o novo regime irá praticar são duas das maiores dimensões a ter em conta.

Dez anos de guerra na Síria

A repressão armada, maciça e cruel do regime sírio de Bachar al-Assad contra a sua população começou há dez anos, dia por dia. Depois de tantos anos, o ditador continua no poder, graças à ajuda militar de Vladimir Putin e dos seus aliados iranianos e do Hezbollah libanês. Não houve uma solução política, mas sim uma realidade que se impôs pela força das armas. O país continua em crise profunda, milhões de sírios tiveram que procurar refúgio noutras terras, o sofrimento é imenso. E a comunidade internacional mostrou, uma vez mais, que não consegue resolver as grandes crises nacionais ou regionais, sobretudo se um dos grandes, daqueles que têm direito de veto no Conselho de Segurança, está directamente implicado no conflito.

Entretanto, a ONU já vai no seu quarto representante especial para a Síria, sem ter conseguido um mínimo de progresso na frente política. Na área humanitária tem desempenhado um papel fundamental. Mas, na resolução do conflito, a sua acção tem sido permanentemente impedida pelos membros do Conselho de Segurança com direito a veto e por forças da região. O papel político das Nações Unidas foi reduzido a nada, neste caso. Ou seja, o pilar central do sistema foi completamente marginalizado. As Nações Unidas não podem ficar reduzidas à ajuda humanitária – muitas ONGs fazem esse trabalho –, ao apoio a refugiados ou à ajuda alimentar. Tudo isso é importante, sem dúvida. Porém, o mais importante é a resolução dos conflitos que geram a miséria humanitária, a promoção de transições democráticas e a defesa dos direitos humanos. É nessas áreas que a ONU é insubstituível, se a deixarem trabalhar.

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