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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Sobre a crise

Certos intelectuais continuam a tentar explicar as mudanças políticas que se vivem nalguns países europeus com uma longa referência à “crise dos sistemas financeiros”. Mas, não se percebe bem que crise é essa.

Sim, assistimos, nalguns países, incluindo no nosso, a graves problemas relacionados com a dívida pública e o impacto que tiveram sobre a situação económica, a doméstica e a da vizinhança. Sim, vimos vários bancos em dificuldades, aqui, na Grécia, em Itália, Chipre, etc, mesmo no Reino Unido. Sabemos, todavia, que na base desses problemas estavam más decisões de gestão, créditos atribuídos por razões políticas e amizades corruptas, para além dos desafios resultantes de um crescimento económico negativo ou anémico. Sim, fomos testemunhas da expansão e da globalização dos mercados financeiros, de uma penetração muito significativa de capitais estrangeiros nas economias europeias, de uma concorrência de um novo tipo, de proporções nunca vistas.

Tudo isso provocou e continua a causar instabilidade e, nalguns casos, grandes rupturas nos sistemas financeiros. E temos mais tempestades à vista: o Brexit sem acordo, a confrontação comercial entre os Estados Unidos e outras grandes economias, a dívida pública italiana, ou ainda, o possível colapso de um par de grandes bancos bem como a revolução que a Inteligência Artificial irá ocasionar. Com a internacionalização dos mercados de capitais e a rapidez dos fluxos financeiros, uma gripe num sítio pode facilmente transformar-se numa pneumonia mais além, nas economias frágeis e dependentes do exterior.

É evidente que estes fenómenos criam insegurança e grandes receios. Muitos cidadãos têm medo e sentem-se impotentes . E quando olham para o poder político, para o funcionamento das instituições, não ficam tranquilos. Em muitos casos, os mais fracos não vêem na liderança política quem se interesse verdadeiramente pelas suas preocupações. Antes pelo contrário. Os políticos parecem andar num outro planeta. E quando se aproximam, soam a falso, dir-se-ia que lhes falta a sinceridade. O empenho.

É aí que encontramos as chamadas crises políticas. Os movimentos de radicalização. O baralhar das cartas e o aparecimento de outros ases, nem sempre da melhor cepa. E assim, o edifício político, que as nossas democracias europeias foram construindo, passa a enfrentar grandes tremores e parece estar prestes a desabar. Por isso se fala tanto de crise política.

Na verdade, é a questão da representatividade que está em jogo. O debate deve começar por essa questão. Quem nos representa e como?

 

Notas italianas

Os mercados bolsistas europeus parecem não ter ligado ao resultado do referendo italiano. O índice Euro Stoxx 50, que é indicativo do que se passa nas principais praças europeias, subiu 1,25%. O principal índice francês, o CAC 40, aumentou 1,00%. E assim sucessivamente. Apenas o FTSE MIB, que reflecte a bolsa italiana, teve uma quebra insignificante de 0,21%. O euro também aumentou de valor: mais 0,88% em relação ao dólar dos EUA.

A explicação é simples: quem anda pelas bolsas sabia – há meses – que Matteo Renzi não tinha hipóteses de ganhar esta consulta popular. Por isso, as acções italianas foram-se desvalorizando ao longo dos meses. Perderam 20% do seu valor desde o início do ano. Quanto aos bancos, onde as fragilidades são maiores, a perda média do valor das acções bancárias anda nos 48%, em relação a Janeiro de 2016.

Muitas das acções dos bancos estão na posse dos particulares, dos cidadãos que acreditaram na conversa ouvida aos balcões das agências e que foram convencidos a comprar esses títulos. Mais ainda. Existem mais de 170 mil milhões de euros, a título de obrigações bancárias, nas mãos das famílias. Também aí haverá que prever perdas de valor muito significativas.

Em resumo, como foi dito hoje por alguém importante à entrada de uma reunião em Bruxelas, não há receios. Os italianos saberão como resolver estes problemas.

Ficarão, acrescento eu, mais pobres e muito mais fartos das elites políticas e financeiras. O referendo já mostrou essa tendência. E a trajectória parece levar a Beppe Grillo e à chegada ao poder do Movimento 5 Estrelas. Ou seja, a elite da desgraça será substituída pela malta da confusão.

 

Anda à prata, mas com a corda na garganta

Sem que se fale nisso, pela calada, Portugal entrou, nestes últimos dias num patamar de alto risco. O custo de financiamento da divida pública a longo prazo passou a ser muito alto - da ordem dos 19%, a cinco anos de maturidade. O risco do nosso incumprimento é agora estimado em 65%, também a cinco anos. Ou seja, é um risco demasiado elevado, com um grau de probabilidade muito sério, que não permite aos grandes investidores institucionais internacionais comprar obrigações do tesouro portuguesas.  

 

Quando se entra numa situação dessas, na espiral da morte, estamos perante uma catástrofe nacional. Só uma mudança radical de política, acompanhada por uma mobilização nacional, pode salvar a loiça e a mobília.

 

Quem tem medo de falar nisso?

 

Entretanto, a curto prazo, a três meses, ou a onze, é possível encontrar muitos compradores para as emissões que iremos fazendo, como hoje foi feito. Os compradores são sobretudo os bancos nacionais, que irão beneficiar de um juro à volta dos 4,5%, a pagar pelo tesouro português. Com esse papel, os nossos bancos vão a Frankfurt, dão-no como garantia ao Banco Central Europeu, recebem dinheiro fresco do BCE ao custo de 1%, que vão voltar a aplicar em mais papel de curto prazo ou em empréstimos leoninos às empresas, e ganhar algum. Tudo no curto prazo. Tudo para ganhar algum, rápido, ou enriquecer depressa, insustentável, porém, para a economia nacional.

 

Ou seja, a longo prazo estamos arrumados, mas a curto prazo há quem vá ganhando muita prata. 

Derivas belgas em tempos de mercados instáveis

A 24 de Junho de 2007, escrevera na Visão, um texto sobre a crise política da Bélgica, a que dera o nome, sugestivo, de "A jangada belga".

Apontara, na altura, que a crise institucional era, então, mais fracturante do que nunca. Um ou outro observador discordou da minha análise, dizendo que era demasiado pessimista.

 

Infelizmente, não era. Hoje a crise é ainda mais profunda. Atingiu uma dinâmica imprevisível. O futuro do país, como Estado unitário, está em risco. Ninguém pode prever o que será o dia institucional de amanhã.

 

Num texto que saiu na Visão de hoje, volto a escrever sobre a Bélgica. Faço a previsão que apenas o medo dos mercados, que já se preparam a investir contra o reino, poderá levar os partidos belgas a um acordo. Que será, de qualquer modo e se se verificar, de uma grande precariedade.

 

A leitura deste texto é possível no sítio:  http://aeiou.visao.pt/belgica-o-poder-dos-mercados=f585826

Matar a confiança

Bernie Maddof, o arquitecto de um fundo de investimentos milagreiro e de uma fraude monumental, está a fazer cair fortunas e reputações, incluindo as de grandes bancos, como o Santander, o BBVA, Natixis, BNP Paribas, Royal Bank of Scotland, HSBC, Noruma, e de certos bancos bem mais discretos, mais privados, das praças de Genebra e de Zurich.

 

Homem que tinha o hábito, bem lucrativo, de contribuir para campanhas partidárias, de apoiar instituições de beneficência e participar nas actividades de clubes privados muito exclusivos. Tudo isto lhe deu, ao longo de muitos anos, uma áurea social e uma cobertura de amizades que tão benéfica se revelou nas suas relações, bem distantes, com as autoridades que deveriam regular e controlar os mercados bolsistas de Nova Iorque.

 

A sua falcatrua é uma grande machadada no sistema.

A crise: Pare, escute, olhe e ...reflicta!

Hoje, com vários bancos europeus em dificuldades, e mais ainda por aparecer, por vir 'a tona da água do pântano, tudo a revelar as ligações frágeis, cúmplices, entre a finança europeia e as construções engenhosas e especulativas dos fundos sem fundo americanos, a crise ganhou novas dimensões. Internacionalizou-se. Tornou-se uma ameaça para varias sociedades.

 

O mundo da banca tem cada vez menos que ver com o mundo real, com a economia produtiva. E' só vento, e tudo o vento parece levar...

 

 

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