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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Quem gosta de engolir sapos gigantes?

O Presidente da República, ao indigitar como primeiro-ministro o líder do partido com maior número de deputados, tomou a decisão mais previsível, neste momento em que ainda não há acordo de legislatura entre o Partido Socialista e os outros partidos.


Foi, no entanto, mais longe, ao dizer claramente que os dois partidos que estão a negociar com o PS são estruturalmente contra alguns dos tratados fundamentais de que Portugal é subscritor. Esta afirmação deixa entender que só muito dificilmente viria a dar posse a um governo cuja base de sustentação dependesse de modo definitivo do apoio continuado desses partidos.


Estamos, assim, perante uma posição muito categórica que poderá, em breve, ser um sapo gigante que terá que ser engolido.

Depois da conversa, fica tudo na mesma

A conferência organizada pelo Presidente da República sobre “Portugal e os Jovens” permitiu uma reflexão importante.

O estudo que encomendou ao Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa sobre “EMPREGO, MOBILIDADE, POLÍTICA e LAZER: SITUAÇÕES E ATITUDES DOS JOVENS PORTUGUESES NUMA PERSPECTIVA COMPARADA” é particularmente elucidativo. Mostra, acima de tudo, uma juventude afastada da prática de cidadania, confusa e com pouca esperança, pronta, em grande medida, a emigrar e a procurar futuro noutros cantos da Europa.

A interrogação que fica, no final de acontecimentos deste género, é sempre a mesma: e agora?

Dito de outra maneira, que acções ou medidas vão ser tomadas? Quem toma a liderança? Quem deve ser responsabilizado para que as coisas comecem a mudar?

E, como noutros casos, a resposta é tristemente simples: as palavras esquecem-se, os diagnósticos não têm tradução prática, ninguém altera uma vírgula às políticas existentes, ninguém pega na bandeira.

Um Presidente desfocado

Graças à página da Presidência da República, consegui ver e ouvir o discurso de Cavaco Silva relativo às comemorações do 5 de Outubro. Na minha opinião, o discurso peca por ser demasiado longo, mais de 16 minutos, por ser vago e por ser um saltitar de temas, sem foco nem clareza.

Na impossibilidade de fazer mais do que isso, o que seria de facto a medida mais apropriada, eu teria pelo menos avançado com rescisão de contrato do “speech writer” da presidência. É que não se pode, nas circunstâncias graves que o país vive, ter um discurso que evolui em círculos e que nada diz que possa ser visto como um conselho para o futuro. Ora, esse é o papel do Presidente.

Fez-me pensar nalguns colegas que tive. Davam ordens ao seus escrevinhadores de discursos para escrever um, mas sem dar orientações. Os amanuenses da palavra em vez de pedir ideias ao chefe e mensagens concretas, tentavam adivinhar o que poderia ter algum interesse. Acabavam por escrever arrazoados que tocavam em toda uma série de matérias mas que não tinham uma linha directriz. Eram uma espécie de rede do arrasto.

Assim terá acontecido desta vez. Um arrastão com as redes vazias, para além de uns peixes que ninguém quer.

É só ruído

Na conferência “Rotas de Abril”, que teve lugar ontem e hoje por iniciativa do Presidente da República, Cavaco Silva disse que, em democracia, “a cultura do compromisso é essencial”. Essa frase segue-se à constatação que fizera que “ a cultura do compromisso, que predomina na maioria dos países da União Europeia, tem tido dificuldade em instalar-se na nossa democracia”.

 

Não estarei muitas vezes de acordo com o desempenho político do Presidente. Acho, no entanto, que fez bem em frisar a importância do compromisso na vida política democrática. Sem compromissos não há acordos entre as diferentes correntes de opinião e sem acordos não há governação possível.

Convém também acrescentar que os compromissos nem sempre se fazem com os amigos políticos. Muitas vezes, sobretudo em alturas de crise nacional, os pactos têm que ser feitos entre adversários e, por vezes, entre inimigos.

 

Mas, para que isso aconteça temos que ter actores políticos à altura. Gente que seja capaz de ultrapassar os seus receios e interesses individuais e colocar o interesse nacional acima de tudo.

 

É isso que parece faltar hoje em Portugal.

 

Temos muitos que são óptimos na promoção das hostilidades entre sectores de opinião, entre correntes partidárias. Fizeram disso o seu ganha-pão. E a comunicação social dá-lhes projecção, porque o barulho e a violência vendem mais. Assim se transforme pequenez em fama, ruído em tomadas de posição sem fundamento.

 

Há aqui um grande desafio por resolver.

 

 

 

A conferência dos massagistas do ego

Ontem teve lugar em Lisboa uma conferência de alto nível. Sim, o Presidente da República, o Primeiro-ministro, o Presidente da Comissão Europeia, mais oito, sim, oito Comissários europeus, mais tudo o que é ministro e gente importante na situação portuguesa de hoje estiveram presentes. Para discutir o futuro de Portugal, o emprego e outras coisas que são fundamentais para o futuro do país.

 

Interessante. Mas mais interessante ainda, é que não vi, na comunicação social, uma só ideia, nova ou reciclada, que tivesse saído desse encontro. Li, isso sim, uma série de elogios, sobretudo destinados ao chefe da Comissão Europeia. E mais uma breve referência ao primeiro-ministro, que terá dito, mais ou menos, que a utilização dos fundos europeus, no passado, foi feita sem ter em atenção as verdadeiras necessidades do país. Mas, que com ele, isso não se passa assim.

 

Valha-nos isso.

O nosso homem está de volta

Durão Barroso deu uma entrevista de primeira página ao Expresso. E o semanário selecionou, de entre tudo o que foi dito, uma frase mortífera: “Já disse várias vezes ao primeiro-ministro que há limites”. Uma verdadeira rajada de metralhadora, que mostra várias coisas: que Barroso trata o PM de um modo paternalista, de alto para baixo, de chefe para subordinado; que o PM não o ouve, donde se pode deduzir que é um casmurro, sem capacidade de entender uma verdade tão simples; que vários limites foram ultrapassados, sem que houvesse sensibilidade política nem qualquer tipo de consideração pelo bom senso que deve caracterizar um PM. Revela ainda que Barroso, que continua a ser Presidente da Comissão Europeia, se permite interferir nos assuntos da governação interna de Portugal, como se fizesse parte da vida partidária nacional, o que não é o caso, por muito patriota e bom português que seja. Mais ainda, demonstra que Barroso, que diz não querer ser candidato à sucessão de Cavaco Silva, já está a preparar o terreno para o ser e poder bater na tecla que ele até era mais sensato e moderado que o PM de agora.

 

E o Expresso, solícito, está já a oferecer-se para ser um dos seus veículos de reabilitação perante a opinião pública de Portugal e um dos seus canais de propaganda. A escolha de quem está por detrás do Expresso é clara.

O respeito pelas instituições

Portugal é o país, dos muitos que conheço, em que mais se ataca e insulta o Presidente da República. Independentemente da opinião política que se possa ter sobre Cavaco Silva, a verdade é que, numa democracia ocidental consolidada, não é compreensível uma situação como a nossa. E não é apenas nos blogs nem nas outras redes sociais que isso acontece. É igualmente na comunicação social profissional.

 

Uma coisa é o combate político. Outra, bem diferente, é a falta de respeito, ao nível mais primário, pelos titulares de órgãos de soberania. Sobretudo no caso da Presidência da República. Porquê? Porque neste caso, quem aí está passou por uma eleição geral – só não votou quem não quis – e ganhou por isso uma legitimidade institucional que os comentadores nunca conseguiram. Mais ainda. Alguns desses comentadores do bota-abaixo só ganharam notoriedade política e pública por terem feito uma carreira de yes-men nos respectivos partidos. Foram ministros e outras coisas semelhantes por não terem coluna vertebral. Outros ganharam-na porque uma parte da opinião pública portuguesa dá muito valor aos caceteiros profissionais.

As eleições europeias

Tive o cuidado de seguir com atenção a comunicação do Presidente da República sobre as próximas eleições europeias. No essencial, a mensagem procurou sublinhar a importância desse acto eleitoral e apelar à participação dos eleitores.

 

É, infelizmente, uma causa perdida antecipadamente. Como de costume, uma parte maioritária dos cidadãos pôr-se-á fora do processo e faltará, do dia das eleições, à chamada. A Europa é um tema distante, para muitos. Por outro lado, a maneira absolutamente arbitrária que caracteriza a definição das listas de candidatos dá a entender que os partidos não têm qualquer respeito pelos eleitores. Nesse caso, que respeito deverão ter os eleitores por listas que foram cozinhadas à revelia dos interesses colectivos e sem a participação dos cidadãos?

 

Também é uma causa perdida de antemão o apelo para que os debates se façam com serenidade e se focalizem nos temas europeus. As campanhas eleitorais serão, uma vez mais, uma oportunidade para repetir as acusações mútuas entre os partidos, tudo de um modo muito paroquial. Na aldeia que é Portugal, discutem-se coisas de comadres e compadres, não se olha para além do adro da igreja.

 

E a verdade é que a Europa tem muito para discutir. Mas nós estamos habituados a passar ao lado dessas coisas e assim faremos desta vez também.

Não se deve dourar a pílula

Um dos objectivos do discurso de Ano Novo do Presidente da República tem que ver com o chamado Programa Cautelar. Cavaco Silva quis dizer aos Portugueses que vem aí, após o termo do programa actual com a “Troika”, um novo pacote de medidas. E apresentou a coisa como se se tratasse de algo absolutamente natural e anódino. Disse mesmo que “um programa cautelar é uma realidade diferente”.

 

A realidade de um programa dito cautelar é outra. Trata-se da continuação de um acordo com instituições financeiras internacionais ou supranacionais. Uma das partes compromete-se a emprestar dinheiro a taxas mais favoráveis que as praticadas pelo mercado enquanto a outra terá que cumprir toda uma série de reformas administrativas e financeiras. Ou seja, durante a vigência do anunciado programa cautelar vai ser necessário tomar certas medidas de fundo.

 

O problema é mais complexo do que nos querem fazer crer. Os credores exteriores sabem que o governo actual não irá muito além de meados de 2015. O programa cautelar vai, por isso, ser um programa curto, de 12 meses, para caber no período de vigência da presente governação. E os credores vão procurar incluir nesse período reduzido todo um pacote de reformas que eles consideram indispensáveis para a competitividade de Portugal e para o equilíbrio sustentável das contas públicas. Será um pacote bem recheado. E difícil de fazer aceitar. Daí a previsão que existe hoje, em certos círculos europeus, de que Portugal vai ser um país de grande agitação social nos próximos tempos.

 

Este é o ano de 2014 que temos pela frente.

 

É importante ter esperança no futuro. Mas é igualmente necessário falar das coisas como elas são.

 

 

 

 

Emigração

A reunião anual do Conselho da Diáspora Portuguesa tem lugar nesta Segunda-feira, em Cascais.

 

O Conselho é uma estrutura que surgiu há um ano, por iniciativa do Presidente da República. Congrega três ou quatro dezenas de portugueses que têm conhecido sucesso fora de Portugal e que são gente influente nos círculos em que se mexem. São pessoas ligadas às actividades económicas, ao sector privado.

 

Penso que se trata de uma boa ideia. Convém apostar em gente com sucesso reconhecido além-fronteiras. Não há que ter medo de ouvir a opinião de quem está fora das estruturas habituais.

 

A agenda deste ano é um pouco obscura, mas poderá dar lugar a debates interessantes, pois quando não se entende bem o que se pretende discutir pode-se falar de muita coisa. Os temas são: a mobilidade inteligente, o financiamento alternativo das empresas portuguesas e a questão de saber se Portugal está pronto para o futuro.

 

Não sei o que entender pela mobilidade inteligente, por exemplo. Mas os Portugueses que vi hoje, no mercado semanal de Saint Gilles em Bruxelas, gente simples da emigração, não serão certamente parvos. Sabem bem o que os levou a sair da terra. Tomaram, na altura, a decisão que lhes pareceu mais inteligente.

 

 

 

 

 

 

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