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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Emigrar

A emigração está de novo a ser a solução de futuro para os nossos jovens. E também para os imigrantes estrangeiros, que depois de haverem passado o tempo mínimo no nosso país, o necessário para obter os documentos portugueses, emigram para a Alemanha, a Bélgica, o Luxemburgo, etc.

O programa de estágios, financiados a 50% pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP, I.P.), um serviço público pago pelos nossos impostos, é uma farsa. Os empregadores recebem os estagiários durante uns meses, a metade do custo. Quando termina o prazo, correm com eles e recomeçam com uma nova leva. Ou seja, em vez de estarmos a financiar a formação dos jovens, estamos a contribuir para o lucro das empresas. E o IEFP finge que não vê e o governo finge que não sabe.

A governação actual é cada vez mais um lançar de poeira para os olhos dos cidadãos. É uma administração que mistura incompetentes e farsantes com gente experiente mas sem grande autoridade.

Os estudos para o desemprego

Numa altura em que se fala tanto das admissões às faculdades, lembro-me que o Quirguistão, um país de menos de 6 milhões de habitantes, tem 56 universidades. Todos os anos produzem um número elevado de licenciados, mestres e doutores, que depois não encontram emprego. O nível da frustração entre os jovens é alto. A emigração para a Rússia e o Cazaquistão é a saída mais frequente. 

Por outro lado, quase não existem cursos de formação técnico-profissional no país. Os poucos rapazes e raparigas que frequentam esses cursos têm trabalho garantido, uma vez terminados os estudos. Mas não têm o prestígio profissional que as universidades ainda parecem dar.

 

A agenda xenófoba

Amanhã é o Dia da Europa. Talvez seja a altura de nos interrogarmos sobre os grandes desafios actuais. Um deles, um dos mais fracturantes, é o das migrações. Não diz respeito apenas aos refugiados e a quem vem de fora do espaço europeu. Toca também a todos os europeus, que por razões de vida, residem num outro estado da comunidade, e não no seu país de origem. Vamos deixar os arautos da xenofobia, que é hoje, de novo, um fenómeno que não pode ser ignorado, decidir sobre o futuro do nosso projecto comum?

Em Macau

Ando há dias de viagem pelo Oriente. O destino era Macau, onde vou ficar a maior parte da semana entrante. Para além das conferências que vou pronunciar, o que me parece interessante sublinhar é o dinamismo da comunidade portuguesa. Parece-me bem instalada e dinâmica. Tem muita gente jovem, bem formada do ponto de vista profissional, que veio encontrar em Macau oportunidades que não apareceram em Portugal. E a verdade é que a região tem um grande dinamismo económico.

Nem tudo serão rosas. O custo de vida, por exemplo, é alto. E o relacionamento com a população chinesa nem sempre é fácil: são culturas muito distintas e línguas bem estranhas uma à outra. Mas vale a pena ultrapassar as dificuldades. As hipóteses de uma vida melhor continuam a existir.

De Pombal a Ansião, a falar o "parler" dessas terras

Passei o dia entre Pombal e Ansião, a apreciar o dinamismo daquelas gentes e a aprender a falar uma nova língua, cada vez mais frequente nessas terras, sobretudo nos meses do Verão. Um língua que mistura o português com um francês desenrascado. Resulta da emigração de muitos para as terras do além-Pirenéus, um movimento que data dos inícios da década de sessenta do século passado.

Agora, os mais velhos estão de volta, alguns de vez – só não fazem esse retorno de modo oficial porque as vantagens fiscais que se aplicam aos franceses reformados que decidam estabelecer-se em Portugal não abrangem, por discriminação e cegueira política, os portugueses que voltem definitivamente. E ao voltarem trazem consigo o “feruge” – de “feu rouge”, semáforos –, os “volés” (persianas), o “frigidére” como frigorífico, e assim sucessivamente. E sobretudo, trazem uma grande desenvoltura e um “savuare-fére”, uma série de aptidões, de quem tem “savoir-faire”, que devemos apreciar e estimular.

 

Um pedido no Dia de Portugal

Mais um Dia de Portugal que passo no estrangeiro. Já nem sei quantos são, depois de mais de três décadas a andar pelo mundo. É isso ser emigrante – ao fim e ao cabo, é essa a minha condição na vida. A emigração é, aliás, uma das características definidoras de uma boa parte dos portugueses. Por isso, o dia de hoje é igualmente o Dia das Comunidades Portuguesas.

Enquanto português e membro das “comunidades no exterior”, é como se fosse um dia duplo, dois em um. Um dia em cheio, que para mais nos faz lembrar o Luís, aquele que andou também por várias partes do mundo. E que no fim do percurso voltou à Pátria, sem grandes meios mas rico de experiências e mais capaz de falar de outros mundos, de coisas de assombrar e de culturas diferentes.

Perante isto, transformar a lembrança do dia em conversa de partidos e de sectários não é aceitável. Dêem folga ao arremesso, caros senhores e senhoras da elite. Há muitos outros dias para falar daquilo que nos divide e antagoniza, para lançar pedras e atacar a torto e a direito o lado oposto.

Seria bom ficar acima do quotidiano rasteiro um dia por ano. Seria uma maneira nova de celebrar Portugal. Sei que não é fácil, mas aqui fica o pedido.

Um outro tipo de emigração

Várias firmas portuguesas, sobretudo na área da construção civil e ofícios afins, operam na Bélgica e fazem aquilo a que se chama “dumping social”. Os trabalhadores são recrutados em Portugal, com base na legislação do trabalho e nas leis sociais portuguesas. As empresas que praticam esse tipo de contratação são firmas lusas com acordos e encomendas de empreitada na Bélgica. Os operários portugueses ganham cerca de 1200 euros por mês, ou seja, em média, menos 600 euros que os trabalhadores belgas do mesmo nível. Dormem muitas vezes no local da obra, ou por ali perto, e vivem com muito pouco. O poupado volta com eles quando do regresso às terras de Portugal. As permanências na Bélgica são, aliás, de apenas alguns meses, no máximo.

Este é apenas um exemplo de uma prática que é pouco falada em Portugal mas que leva vários milhares de operários para vários cantos da Europa, para as Arábias e outros sítios. Muitas das empresas e dos trabalhadores vêm do norte litoral português.

 

Humanitários portugueses

Fernando Nobre, o fundador da Assistência Médica Internacional (AMI), é indiscutivelmente um português que conta, em matéria de trabalho humanitário internacional. Tem uma longa experiência, em várias partes do mundo. Quando se pensa nele, deve ter-se em conta essa vivência e não a aventura política em que se meteu há já quase cinco anos. Assim se fará justiça ao papel que desempenha há décadas.

A acção humanitária e a política portuguesa são duas áreas bem distantes uma da outra. Qualquer tentativa de as misturar só pode levar a um grande fiasco.

Tive, esta tarde e vou ter, nos próximos dois dias, a oportunidade de estar com ele numa reunião em Stavanger, na costa ocidental da Noruega. Entretanto fiquei contente por ver que a sua organização tem uma imagem positiva. E gostei de o ver, no final do dia, a jogar aos matraquilhos com uma das técnicas da parte militar da conferência em que estamos empenhados.

Nesta mesma reunião temos mais dois jovens portugueses, filhos da emigração e hoje funcionários de organizações humanitárias da ONU. Um, é franco-português e trabalha com a ONU-OCHA (Office for the Coordination of Humanitarian Affairs), em Genebra. A outra é luso-canadense, está ao serviço do Programa Mundial de Alimentação das Nações Unidas, em Roma. Em breve, estará baseada na cidade do Cairo. Ocupar-se-á então do Norte de África, do Médio Oriente e da Ucrânia. Ou seja, será mais uma portuguesa com uma posição de relevo na resposta às crises humanitárias nessas regiões, que são particularmente problemáticas.

 

 

Depois da conversa, fica tudo na mesma

A conferência organizada pelo Presidente da República sobre “Portugal e os Jovens” permitiu uma reflexão importante.

O estudo que encomendou ao Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa sobre “EMPREGO, MOBILIDADE, POLÍTICA e LAZER: SITUAÇÕES E ATITUDES DOS JOVENS PORTUGUESES NUMA PERSPECTIVA COMPARADA” é particularmente elucidativo. Mostra, acima de tudo, uma juventude afastada da prática de cidadania, confusa e com pouca esperança, pronta, em grande medida, a emigrar e a procurar futuro noutros cantos da Europa.

A interrogação que fica, no final de acontecimentos deste género, é sempre a mesma: e agora?

Dito de outra maneira, que acções ou medidas vão ser tomadas? Quem toma a liderança? Quem deve ser responsabilizado para que as coisas comecem a mudar?

E, como noutros casos, a resposta é tristemente simples: as palavras esquecem-se, os diagnósticos não têm tradução prática, ninguém altera uma vírgula às políticas existentes, ninguém pega na bandeira.

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