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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Que venham mais Chineses

Hoje era dia de terminar o texto sobre o Sul Sudão e a "Elipse de Insegurança", que define as zonas de fronteira do Chade ao Congo (RDC), do Sudão ao Uganda. Mais de 19 000 palavras para analisar uma das zonas mais perigosas do globo, mas que é, igualmente, uma zona fascinante, onde tive a oportunidade de trabalhar ao nível do terreno. 

 

A China é, agora, o país que mais investe nessa zona de África. Tudo se passa com o apoio directo das embaixadas chinesas na região. É a diplomacia económica em movimento. Lá, como no caso da EDP, o estado chinês apoia as decisões das grandes empresas, que embora estatais, têm uma grande autonomia de decisão. Lá, como por estas terras, há quem critique. Mas o investimento chinês é um facto e, em muitos casos, é a única opção viável. Há que aproveitá-lo.

 

O resto é connosco. Sem palhaçadas, nomeações ridículas ou conversas com a imprensa que são disparatadas, numa conjuntura de mal-entender e de populismo manhoso, que é o que impera em certos órgãos da comunicação social. 

Uma tarde intelectual

 

Copyright V. Ângelo

 

Passei a tarde na reunião anual da Comissão Permanente de Aconselhamento Científico do Centro de Estudos Africanos do ISCTE. 

 

Um dos investigadores resolveu imortalizar a minha participação, entre outras.

 

Fiquei contente pelo reconhecimento. Mostra que gostou, quero crer, das minhas sugestões que procuravam tirar a investigação científica da torre de marfim em que se encontra. É preciso que se investigue sobre África tendo em conta os câmbios sociais que estão a decorrer nesse continente. A urbanização acelerada, o papel das mulheres na segurança alimentar, os jovens e a democratização, a construção da paz e da nação, a violência, estes são alguns dos temas de grande relevância para quem tem que tomar decisões. Estudos nessas áreas ajudariam imenso.

Horizontes

Fiz uma pausa no exercício de reflexão estratégica -- os desafios globais no horizonte 2030 -- para dar uma aula no ISCSP aos alunos do segundo ano de mestrado em Relações Internacionais. Foram duas horas de análise crítica sobre o papel da ONU em matéria de manutenção da paz. A assembleia mostrou interesse genuíno pelo tema, apesar de ser um assunto distante das suas preocupações quotidianas.

 

Como também se revelou muito interessada pelo sentido da minha reflexão prospectiva para os próximos 20 anos, ou seja, durante um período de grande instabilidade, de mutações profundas e de desafios complexos.

 

Aproveitei para lhes lembrar, já no fim, que o pensamento estratégico, em relação aos acontecimentos possíveis no futuro, é essencial. Coloca-nos na linha da frente. Dá muito trabalho, muito mais que a análise do imediato ou do dia de ontem, mas permite-nos um posicionamento mais vantajoso. Portugal, e os jovens, em particular, deveriam dar mais atenção a estas questões. Ganharíamos todos.

Manutenção de paz

Acabo de publicar, graças à minha colaboração com o NUPI - o Instituto Norueguês de Relações Internacionais -, e com a apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Noruega, um ensaio sobre missões de manutenção de paz em África. 

 

Para os interessados, encontra-se disponível no sítio:

 

http://english.nupi.no/Publications/Books-and-reports/2011/Inter-mission-Cooperation

 

 

A Líbia e a Síria

Na agenda internacional, a Líbia continua a ser o tema prioritário. Tive a oportunidade de o confirmar no meu encontro de trabalho, hoje, com o chefe do Estado-Maior do SHAPE, a parte militar da NATO.

 

Mas também me pareceu importante mencionar os riscos estratégicos ligados à situação na Síria. O país vive um profundo mal-estar e está farto da clique dirigente, de quarenta e tal anos de privação de liberdade, de estagnação económica, da omnipresença da polícia secreta e da imagem de Estado pária, que o regime projecta. A implosão é cada vez mais possível. Ora, a Síria ocupa uma posição estratégica ímpar. Tem fronteiras com Israel, Líbano, Iraque, Jordânia e as terras dos Curdos. E relações privilegiadas com o extremismo Palestiniano.

 

A Síria pode, facilmente, destabilizar toda uma região nevrálgica.

A agenda externa da Noruega

Estou em Oslo. A agenda diplomática da Noruega concentra-se em três ou quatro assuntos. A crise na Líbia, como não poderia deixar de ser. Aqui a preocupação é a de saber que iniciativa política vai ser tomada e por quem, para que se possa sair do impasse. O futuro do Sul Sudão e o papel da comunidade internacional. Terceiro ponto, as alianças estratégicas da Noruega. E, como sempre, as questões ligadas ao funcionamento da ONU. 

 

A Rússia e o Ocidente

Passei umas horas, esta semana, a discutir com um dos conselheiros mais próximos do Presidente Medvedev. O homem, professor de ciências políticas e senhor de muitas viagens e estadias no Ocidente, é fascinante. Tem todos os truques da velha União Soviética, que combina com uma linguagem moderna, muito a favor da pluralidade de opiniões. 

 

No fundo, o que o Kremlin parece querer é claro: que seja tratado em pé de igualdade com o Ocidente, que seja visto como um parceiro de confiança.

 

Penso que o Ocidente, pelas informações que tenho, também gostaria de ter uma relação de confiança e de maior cooperação com a Rússia de hoje.

 

Mas a Rússia é ainda um grande mistério. Como todos os mistérios, faz algum medo. Mais ainda. O Estado de direito e a legitimidade democrática do regime são matérias que ainda apresentam um grande potencial de aperfeiçoamento...


Foi isso que tentei explicar ao conselheiro.  

 

Como os velhos hábitos morrem devagarinho, o meu interlocutor fingiu que não percebeu. E eu pretendi que, de facto, ele não havia entendido. O que me permitirá repetir a dose. O diálogo vai continuar. A relação é muito importante.

A Índia é amiga de Portugal

Cabe ao Brasil presidir ao Conselho de Segurança da ONU, durante o mês de Fevereiro.

 

O Brasil quer aproveitar a sua presença no Conselho, sobretudo no mês em que está na cadeira da presidência, para se bater pela reforma do mesmo e garantir que, no futuro, um dos lugares de membro permanente lhe seja atribuído. Esta campanha está a ser feita em sintonia com a Índia e a Alemanha, que partilham o mesmo tipo de ambições.

 

Ontem, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, António Patriota, presidiu a uma reunião especial do Conselho, convocada pelo seu país, para discutir as interconexões entre as questões da paz, da segurança e do desenvolvimento. Estavam presentes, como seria de esperar, os ministros homólogos da Índia e da Alemanha. Como também estava o nosso MNE, Luís Amado.

 

O Banco Mundial tentou, durante os debates, chamar a atenção para as lições aprendidas nos últimos anos em matéria de pós-conflito e de consolidação da paz. A minha antiga colega Sarah Cliffe falou da segurança dos cidadãos, da administração da justiça e do emprego, como sendo os três pilares essenciais de qualquer programa de estabilização bem pensado e com possibilidades de sucesso.

 

Curiosamente, não falou num quarto pilar que é igualmente fundamental: o relativo aos direitos humanos. O Banco Mundial ainda não se sente à vontade para falar de direitos e liberdades fundamentais. É uma falha de monta, como o Norte de África o está a demonstrar.

 

O nosso ministro, que falou de improviso, sem ler o discurso que havia sido preparado e previamente distribuído, falou, demoradamente, sobre a geopolítica mundial e o Médio Oriente em particular, sublinhando, várias vezes, que é preciso adoptar-se um " comprehensive approach", uma maneira de actuar que combine vários tipos de resposta.

 

Na minha opinião, deveria ter aproveitado a ocasião para afirmar, claramente, que Portugal reconhece que é urgente proceder à reforma do Conselho de Segurança. Isso seria entendido pelo Brasil e pela Índia, para já não falar na Alemanha, como um sinal claro de apoio às suas ambições. A nossa diplomacia bilateral com esses países teria marcado mais uns pontos.

 

Foi mal aconselhado.

 

O ministro indiano lembrou ao Conselho as palavras fortes de Mahamat Gandhi: "a pobreza é a pior forma de violência".

 

E fez um favor a Portugal. Por engano, é verdade, mas sem se desmanchar. Leu metade do discurso que Amado deveria ter lido, antes de se aperceber do erro, de que estava a recitar o papel do vizinho. Ficámos, assim, a conhecer cerca de 50% do que Portugal tinha, de facto, a intenção de dizer.

 

Obrigado, Ministro Krishna.

 

Egipto, país estratégico

A crise egípcia está a evoluir muito rapidamente. Ouvi esta noite as declarações de um dos generais mais importantes. Foi ambíguo, o que pode significar que, tal como aconteceu na Tunísia, as Forças Armadas possam, em breve, retirar o seu apoio a Mubarak. Tudo depende da presença maciça dos cidadãos na rua.

 

Entretanto, o Presidente já cometeu dois erros muito sérios. O primeiro tem que ver com o silêncio que tem mantido, durante os quatro dias que a crise já tem. Deveria ter aparecido na televisão, falado aos seus compatriotas, mostrado que está senhor da situação. O outro foi o decretar de um recolher obrigatório, que não era crucial mas que fez acender ainda mais a rebelião popular. Ofereceu mais uma oportunidade para que a autoridade do regime fosse desafiada.

 

Os Estados Unidos têm-se pronunciado sobre os acontecimentos, ao mais alto nível, de uma maneira muito clara e positiva. O Egipto, com a questão de Israel à porta e o canal de Suez, é uma país de grande importância estratégica.

 

Do lado da Europa, nada de muito visível. Ninguém saiu a público, de modo inequívoco. Estranho, se ainda houvesse alguma coisa estranha, por estes lados.

 

Derivas belgas em tempos de mercados instáveis

A 24 de Junho de 2007, escrevera na Visão, um texto sobre a crise política da Bélgica, a que dera o nome, sugestivo, de "A jangada belga".

Apontara, na altura, que a crise institucional era, então, mais fracturante do que nunca. Um ou outro observador discordou da minha análise, dizendo que era demasiado pessimista.

 

Infelizmente, não era. Hoje a crise é ainda mais profunda. Atingiu uma dinâmica imprevisível. O futuro do país, como Estado unitário, está em risco. Ninguém pode prever o que será o dia institucional de amanhã.

 

Num texto que saiu na Visão de hoje, volto a escrever sobre a Bélgica. Faço a previsão que apenas o medo dos mercados, que já se preparam a investir contra o reino, poderá levar os partidos belgas a um acordo. Que será, de qualquer modo e se se verificar, de uma grande precariedade.

 

A leitura deste texto é possível no sítio:  http://aeiou.visao.pt/belgica-o-poder-dos-mercados=f585826

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