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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Liderança política

Numa sociedade que vive à volta da televisão, quem aparece no ecrã personifica o partido. Para o bem e para o mal. Os cidadãos telespectadores julgam o partido a partir da imagem e da narrativa que é transmitida pelos programas televisivos. Não há que ter ilusões sobre isso. Daí que a responsabilidade do líder seja imensa.

Por outro lado, o líder tem um poder de decisão enorme dentro do seu partido. Por exemplo, a palavra final sobre as listas de candidatos cabe ao chefe máximo.

Por tudo isto, a sua responsabilidade, em caso de derrota, é enorme. Como também o é, em caso de vitória.

 

A entrevista que dei ao DN (6)

De Joe Biden a Xi Jinping, de Jair Bolsonaro a Narenda Modi, passando por Vladimir Putin, Boris Johnson, Emmanuel Macron, Ali Khamenei, Cyril Ramaposa ou Fumio Kishida, concorda com quem diz que geral os líderes de hoje são uma sombra das grandes figuras do passado, mesmo recente?

Os tempos são outros, é muito difícil fazer comparações. No passado, o poder e as relações sociais tinham a forma de pirâmides. Aceitava-se mais facilmente a hierarquia e o comando vindo do topo. Hoje, vivemos em sociedades tendencialmente horizontais, cada um vê-se como igual ao seu vizinho. A autoridade, para ser aceite, precisa de outros atributos, muito para além do formalismo das funções. Para mais, existe uma abundância de informação largamente acessível, mas geradora de confusões, de fragmentação das opiniões e de espaço oportunístico para os mais diversos manipuladores da opinião pública. Num mundo horizontal, confuso e fragmentado, só pode ser um líder aceite e positivo quem conseguir dar um sentido otimista e mobilizador ao contexto em que vivemos. O líder tem de saber explicar o que se passa, propor um rumo e dar esperança ao futuro.

Quando digo liderança positiva, refiro-me a quem tenha uma agenda progressista e transformadora da sociedade, ao contrário de um Donald Trump, que também considero um líder, mas negativo. Também não estou a falar de líderes neutros, populares certamente, mas que não aproveitam essa popularidade para fazer avançar os seus países.

O Sebastianismo anda muito mexido

Os media de referência em Portugal tratam as opiniões e iniciativas do Presidente da República de modo venerando. Há mesmo, ao nível do subconsciente, uma espécie de sentimento de inferioridade, por parte dos principais directores e editores da nossa comunicação social.

E, pouco a pouco, vão criando um novo ente superior, que poderá, no momento oportuno, tomar o lugar que com o tempo o actual Presidente terá de deixar vago.

Na verdade, certos media acreditam na reencarnação. Ou seja, o mítico D. Sebastião continua a aparecer, em pleno século XXI, nas redacções de certos medias. Nestes tempos de incertezas, de horizontes pouco claros, faz bem à saúde patriótica ver gigantes a avolumarem-se 

 

A caminho das eleições

Ainda é cedo para comentar a actuação dos dirigentes partidários no seu caminhar para 30 de Janeiro. Neste momento, estamos na fase do fecho das listas de candidatos. Cada dirigente gere a coisa como muito bem entende. É tudo uma questão de equilíbrios internos, em cada partido. Tem muito pouco a ver com a visibilidade ou a qualidade dos candidatos, embora em vários casos as listas estejam cheias de gente que tem algum peso local ou nas autarquias.

A verdade é que as campanhas são feitas pelos chefes e poucos outros. Será o que esses vierem a dizer que contará e trará votos.

Estas eleições são importantes. Todas as eleições são importantes, na realidade. Mas estas acontecem num período que se segue à grande crise pandémica. Vão ter os dinheiros europeus – muitos milhares de milhões – para gastar. Por isso, são particularmente importantes.

Deveriam ser uma oportunidade para mostrar que se pode modernizar o país, desburocratizar a administração pública e tornar a vida dos cidadãos mais segura e mais fácil. Esses são os grandes desafios. As intervenções políticas deveriam concentrar-se nessas coisas.

 

A mediação é a melhor solução

https://www.dn.pt/opiniao/mais-e-melhor-mediacao-em-tempos-de-conflitos-14219425.html

Deixo acima o link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. 

O texto procura transmitir duas mensagens. Uma, sobre o poder. Convém negociar com quem tem na verdade poder. A segunda, é sobre o mediador. A mediação só pode dar resultado se o mediador for credível. Menciono quatro características que, se existirem, permitem ao mediador ter credibilidade.

Transcrevo, se seguida, o último parágrafo do texto. 

"Um outro aspeto crítico diz respeito à autoridade do mediador. A credibilidade em política resulta da combinação de quatro características primordiais: espírito de missão, realismo político, equilíbrio de opiniões e confiança em si próprio. Vários mediadores nomeados nos últimos anos pelas Nações Unidas têm mostrado não possuir esse conjunto de qualidades. Por tendência, Nova Iorque presta mais atenção aos jogos regionais, à obtenção de apoios políticos em certos quadrantes, no Conselho de Segurança ou junto de Chefes de Estado influentes na região em causa, do que à experiência e personalidade dos nomeados. Daqui resulta uma certa marginalização da ONU e um esbater da sua imagem.  Durante o segundo mandato, António Guterres deverá empenhar-se na resolução desta debilidade. O reforço da capacidade de mediação deve ser uma das áreas prioritárias de um tempo que se advinha fértil em conflitos. Assim o clamam, diariamente, muitos milhões de pessoas vítimas de violências políticas ou à beira da ravina."

Um momento de grandes perigos

A hostilidade entre os Estados Unidos e a Rússia, bem como a tensão com a China, atingiram novos níveis de virulência, que se traduzem não apenas em palavras, mas também na adopção de medidas concretas, de sanções, de restrições comerciais, de emissão de visas, etc. Estamos a viver, ao nível internacional, uma escalada da rivalidade entre as grandes potências. Nenhuma quer dar parte de fraqueza. O diálogo que propõem, quando tal acontece, acaba por ser um diálogo de surdos. Não há comunicação. Cada lado procura apenas repetir a sua posição, de um modo intransigente. É um contexto internacional preocupante, numa altura em que o mundo está a enfrentar uma epidemia de enormes proporções.

Fazem falta vozes que falem de paz, de cooperação, de esforços conjuntos. Faltam personalidades com coragem e autoridade moral para apelar ao bom senso, ao sentido de responsabilidade, para sublinhar os perigos que temos pela frente se se continuar na trajectória actual.

Ser poupado no uso dos média

Conviria lembrar aos dirigentes do Estado – e aos políticos em geral – que a banalização e o uso muito requente das intervenções mediáticas acabam por minar a autoridade de quem o faz. Comunicar é importante, nos dias de hoje, é mesmo essencial saber fazê-lo bem, de forma clara e acessível. Mas vir à televisão ou aparecer nos jornais por dá cá aquela palha tem um impacto negativo sobre o simbolismo que deve estar associado ao exercício do poder.   

Quem fala muito acaba por não ser ouvido

A intervenção do Presidente francês perante a Assembleia Geral da ONU foi exageradamente longa. Emmanuel Macron falou durante mais de cinquenta minutos, quando outros falaram cinco vezes menos. Teve a preocupação de definir uma agenda pormenorizada do que deveria ser, no seu entendimento, o trabalho das Nações Unidas e da comunidade internacional nos próximos tempos. Definiu cinco áreas prioritárias, cada uma delas com toda uma série de pontos e acções para levar a cabo. No final, ficou apenas uma ideia: falou demasiado, perdeu a atenção de quem o queria ouvir e a sua intervenção foi considerada como sendo uma manifestação de arrogância.

Já várias vezes disse que o Presidente Macron fala demasiado, faz intervenções demasiado extensas e com detalhes a mais. É um mau hábito e uma falta de cortesia. Acaba por irritar os seus pares, que acham que o francês pensa que é mais esperto do que eles.

Fazer longos discursos, na vida política de agora, é um erro.

A leitura das imagens políticas

Os analistas políticos passam muito tempo a estudar as imagens que as reuniões de líderes produzem. Sobretudo quando se trata de um tête-à-tête, como hoje aconteceu em Sochi entre Vladimir Putin e Alexander Lukashenko. A análise dessas fotos diz muito, a quem sabe destas coisas, sobre o estado de espírito dos protagonistas. As da reunião de hoje mostraram que o dirigente russo teve pouca paciência para as longas conversas de Lukashenko. A agitação das pernas e as expressões do rosto revelaram essa impaciência. Dir-se-ia que considera o bielorrusso como um perdedor, que mais tarde ou mais cedo terá que ser substituído.

A minha experiência de contactos com ditadores ensinou-me que não gostam de líderes que deixam escapar o poder. As ruas de Minsk mostram isso mesmo. Lukashenko perdeu o controlo da rua. Como também perdeu o controlo da propaganda, algo que um político arguto como Putin considera um erro muito sério.  

Não é tempo de silêncios

O meu texto de hoje no Diário de Notícias tem duas mensagens muito simples, sobre um tema muito complexo. A primeira é que a pandemia da covid traz consigo a oportunidade de pôr em causa uma série de questões políticas. E a segunda refere-se ao papel dos líderes numa situação de grandes incertezas. Quem está à frente de instituições de peso internacional tem a responsabilidade de falar claro sobre o mundo de amanhã, o mundo pós-covid, e de sugerir um conjunto de transformações que tornem o nosso planeta mais solidário e mais sustentável. Num período de crise profunda como o actual, haverá muita gente pronta para repensar as suas vidas e a vivência colectiva de uma maneira diferente. Mas precisam de linhas de direcção, de um quadro de referência. Cabe aos líderes com autoridade moral falar abertamente sobre as alternativas que definem a encruzilhada que agora vivemos.

 

 

 

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