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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Uma sociedade bem titulada

Vivemos num país de títulos, sobretudo de títulos académicos, diplomáticos ou militares. A esses, juntam-se uns comendadores, que são normalmente gente que subiu a escala social vindos do degrau mais baixo, mas à força de muito trabalho, punhos fortes e boa fortuna.

Criámos uma sociedade onde o título conta mais do que o valor, a capacidade e a experiência das pessoas. É, igualmente, uma sociedade provinciana, que não entende o que significam os sucessos obtidos nos círculos globais.

Vem isto a propósito de uma questão que me endereçaram hoje. Tinham a minha participação prevista para uma actividade a que davam muita importância, uma actividade cheia de titulados, mas não sabiam que designação colocar à frente do meu nome.

Não quis complicar-lhes a compreensão e sugeri um título que me pareceu claro: Vice-campeão do jogo do berlinde no Largo de S. Mamede em Évora. O único problema que fez esta honraria ir por água abaixo foi que essa glória se refere aos anos sessenta do século passado. Se fosse adoptado, eu entraria no grémio dos Excelentíssimos Dinossauros. Ora, segundo parece, esse grémio está com todas as quotas preenchidas, não tem vagas disponíveis, para além de ter uma longa lista de espera.

E agora?

Lula da Silva e o ângulo positivo

O Presidente Lula da Silva está entre nós em visita oficial. As declarações que hoje fez na cerimónia de boas-vindas foram positivas. Fica-nos, no entanto, a impressão de que Presidente brasileiro é inconsistente. Quando visita a China diz uma coisa, depois em Portugal, sobre o mesmo tema da agressão russa contra a Ucrânia, diz algo completamente diferente. É um bocado ao gosto do cliente. Para nós, o que interessa é o dito em Lisboa. Esta é uma maneira de encarar a personalidade de Lula da Silva de modo positivo. Ganha-se mais com essa interpretação positiva do que com uma crítica negativa da sua política em relação à Rússia e à China. Acreditemos que o Presidente procura de facto encontrar uma via para a paz. O Brasil não tem um peso internacional suficiente para desempenhar um papel de liderança na resolução da crise criada pela Rússia. Mas é importante que apareça como um país do chamado Sul Global – um eufemismo que está na moda – preocupado com as questões da paz e pronto para intervir na procura de uma solução para uma guerra na parte mais desenvolvida do mundo.

 

Um clima de corrupção

Um amigo que sabe destas coisas disse-me que a classe política no poder está mais corrompida do que nunca. E isso passa-se quer ao nível nacional quer local. É tudo uma questão de compadrios, de abuso de poder, de obras e melhoramentos desnecessários, de funcionários recrutados sem que haja trabalho para executar. A burocracia, cada vez mais complexa, favorece as práticas corruptas. Inventam se exigências e requerimentos para justificar posições e postos de trabalho, bem como consultorias jurídicas e outras. As instituições que deveriam controlar estas práticas e evitar a corrupção não funcionam, não têm poder, não têm quadros. Esta corrupção ajuda-nos a compreender como é possível haver tanta gente a viver bem acima dos seus ordenados e dos seus rendimentos.

Uma política de habitação a sério

A crise da habitação é um problema complexo, que exige um conjunto sistematizado de medidas. Nesse conjunto, a pior medida é tentar controlar o mercado de modo coercivo. É um erro obrigar o aluguer de casas e fixar limites no que respeita às rendas. As soluções passam pela descentralização da administração pública, o reforço das regiões e das localidades de província, os incentivos aos investimentos fora das áreas tradicionais, o desenvolvimento da rede dos transportes, nomeadamente a rede ferroviária, e a cooperação transfronteiriça, nas zonas em que isso seja possível. A solução também está relacionada com os níveis salariais. Os salários portugueses e as pensões de reforma são vergonhosamente demasiado baixos para permitir um mercado de habitação moderno, rentável e confortável.

Por outro lado, é fundamental simplificar os processos administrativos ligados à urbanização. Isso não quer dizer que não se deva controlar a qualidade da construção. Esse controlo é essencial. Mas é igualmente fundamental que as licenças de construção não demorem anos antes de ser obtidas. Também é fundamental assegurar que as câmaras municipais têm os meios técnicos necessários para garantir o respeito paisagístico e as normas mínimas que uma construção de qualidade deve ter.

Há toda uma reflexão sobre a habitação, a ecologia e o urbanismo que é indispensável iniciar. Infelizmente, esta é mais uma das áreas em que a incompetência governamental é patente. É igualmente um segmento da economia profundamente corrompido.

Uns juízes incompreensíveis

Temos um sistema de administração de justiça incompreensível. Um homem sequestrou durante oito meses uma rapariga menor, fechando-a num quarto, com o uso da coação, a mais de 200 km da casa da jovem. Foi apresentado hoje ao tribunal e o juiz disse não ter encontrado razões para mandar deter o homem, enquanto aguarda julgamento. Foi mandado para casa, com apresentações periódicas à polícia. Se isto tivesse acontecido num país europeu e não em Portugal, o indivíduo ficaria na prisão até ao momento do julgamento. Mas nós temos os juízes que temos, no país que é este. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quando darão à luz a eutanásia?

Como já aqui o disse, sou a favor da eutanásia medicamente assistida. E fico à espera da lei portuguesa que a permita. Entretanto, com todos os vetos e pedidos de esclarecimento do Tribunal Constitucional, no dia em que esse diploma legal for finalmente aprovado vai certamente ser a lei mais bem elaborada do mundo. É verdade que, entretanto, o tempo vai passando. E quem sofre de modo insuportável terá de ter paciência. Felizmente que este é um país de gente paciente. Aprende-se a ser paciente quando a maioria das coisas não funcionam e também quando os poderosos só aprovam coisas destas quando a inspiração divina lhes chega do céu.

A actual situação política

A credibilidade actual do governo é tão baixa que fico com a impressão que o país está a navegar ao sabor do vento, sem ninguém ao leme. É impressionante como António Costa deixou chegar a governação a esse ponto. Serão poucos os que ainda acreditam na sua capacidade de dirigir a equipa governamental.

Para complicar as coisas, do outro lado da barreira passa-se o mesmo. Montenegro não consegue projectar uma imagem de liderança que inspire um mínimo de competência. E a Iniciativa Liberal revelou, durante o fim de semana, na sua convenção nacional, que não passa de um saco de gatos assanhados, que não se entendem entre eles. Devo confessar que o nível de conflito no interior da IL foi uma surpresa. E as rivalidades entre os seus dirigentes não inspiram nenhuma confiança.

Como dizia recentemente um amigo meu, os problemas da democracia em Portugal estão na falta de nível dos dirigentes partidários e na ganância que inspira os militantes a  inscreverem-se nos partidos. Isso, depois, leva à falta de empenho patriótico e ao desinteresse pelo desenvolvimento do país.

Um presidente que joga pela rama

O Presidente da República, apesar de ter um aconselhamento diplomático de primeira ordem, decidiu visitar um candidato às próximas eleições presidenciais brasileiras. Em qualquer parte do mundo, uma decisão desse tipo seria sempre vista como uma interferência no processo eleitoral do país visitado. E não poderia ser aceite. Provocaria um sério incidente diplomático.

Tratar de modo jocoso um assunto desses só pode mostrar superficialidade política e falta de sensibilidade diplomática. No caso de se tratar de um país que faz parte da nossa história colonial, como é o caso do Brasil, demonstra igualmente arrogância e uns restos de mentalidade do passado. É uma enorme falta de respeito pelas instituições do país visitado.

Também não pode ser considerada uma jogada política virada para o futuro, que parte do princípio de que o candidato da oposição irá ganhar as eleições. Quando isso acontecer, falar-se-á com ele, como o novo presidente. Entretanto, deve ser visto apenas como um candidato e como parte da política interna do Brasil. Política essa que não é da nossa conta.

 

 

Facebook e o PIB português

Hoje, em pouco mais de meia dúzia de horas, a acção do Facebook, que na bolsa de Nova Iorque se chama Meta, perdeu um valor equivalente ao Produto Interno Bruto de Portugal durante um ano. Os 230 mil milhões de dólares que os accionistas de Meta perderam sumiram-se no ar, desapareceram. Não foram transferidos para outros accionistas ou para uma qualquer outra instituição.

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