"A retórica belicista de Vladimir Putin e dos seus acólitos contra a NATO e a União Europeia tem-se agravado à medida que nos aproximamos da eleição presidencial russa, marcada para 15 a 17 de março."
Assim começa o meu texto de hoje no Diário de Notícias.
Este é o link para a minha crónica de 2 de fevereiro de 2024 no Diário de Notícias.
A crónica começa assim: "Salvo exceções, a política é um mundo habitado por oportunistas. Nicolau Maquiavel, há quinhentos anos, entrou para a história da ciência política moderna, ao escrever sobre o assunto, pondo o acento tónico na palavra cinismo. Mas a prática vinha da antiguidade e continua nos nossos dias, nos governos, nos partidos e na habilidade em manipular a opinião dos cidadãos. A ética, ou seja, o respeito pelos princípios, pelo interesse comum, pelos contemporâneos e pelas gerações vindouras, é uma palavra que faz rir, disfarçadamente, muitos dos que andam na política. Para estes, a única coisa que conta é o seu benefício pessoal, garantido pela manutenção no poder graças a uma clientela política."
Enquanto decorre a contraofensiva ucraniana contra os ocupantes russos, assistimos a uma intensificação das iniciativas diplomáticas em apoio à Ucrânia. Em Londres teve lugar uma conferência de doadores sobre a reconstrução do país, uma vez terminada a agressão. A União Europeia parece estar destinada a ser o maior financiador dessa fase. Entretanto, o Primeiro-ministro Narendra Modi esteve em Washington. E durante o fim de semana terá lugar uma iniciativa diplomática em Copenhaga, que reunirá os ocidentais com países do Sul, com base numa agenda que continua por revelar. No início da semana, Antony Blinken tinha discutido a questão ucraniana com a direcção chinesa.
Estas acções diplomáticas são importantes. A pressão da comunidade internacional conta muito. O próprio Secretário-geral tem um relatório pronto para ser divulgado, sobre os ataques russos contra escolas ucranianas. Esse relatório vai certamente colocar os russos na defensiva diplomática, tendo em conta que a questão das crianças é muito sensível. E toca directamente em Vladimir Putin.
E o 11º pacote de sanções contra a Rússia foi agora aprovado pelos países da UE, sem grandes divergências entre eles.
A comunidade internacional dá sinais de que considera que é altura de colocar um ponto final a este enredo e crime decidido por Putin. Putin pensava que a coisa se resolveria em poucos dias e por isso concentrou o seu esforço inicial em Kyiv. Errou. E a cobertura mediática da guerra tornou-a insuportável. Por isso, a pressão sobre ele está a crescer.
A contraofensiva não chega para levar a negociações entre as duas partes.
Conseguir resultados com a contraofensiva antes da cimeira.
O conflito acabará por ultrapassar as fronteiras da Ucrânia.
Não se prevê nenhuma mudança de liderança política em Moscovo.
Não há entendimento possível com Vladimir Putin.
As sanções contra a Rússia não chegam para alterar o jogo político.
Um mundo novo: as superpotências perdem peso relativo; há novas superpotências na mesa de xadrez; há novas alianças. As relações de força voltam a ser o factor determinante.
Um acordo de parceria sólido entre a NATO e a Ucrânia. Que resista a mudanças de governos.
Sobre a UE:
A adesão à UE terá um efeito moral muito positivo sobre a Ucrânia.
Terá igualmente um impacto sobre a a atmosfera política que existe no seio da população russa.
A visita de seis chefes de Estado africanos a Moscovo e a Kyiv:
Liderados pela África do Sul, um dos BRICS.
O fornecimento de armas pela África do Sul aos russos e a querela com os EUA sobre esse assunto.
A delegação não inclui a NIG, o KEN, os PALOPS, a Comissão da UA.
Agenda discutida com Xi Jinping. Mas não com os Europeus nem com os EUA.
Link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. Escrevo sobre a NATO e União Europeia face à candidatura da Ucrânia. Os tempos mudaram e as regras têm que se adaptar aos novos tempos
Deixo acima o link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. Tinha de ser sobre as eleições turcas que têm lugar este domingo. Poderão resultar no aparecimento de um novo foco de instabilidade numa zona geopolítica muito complexa e imensamente importante para a União Europeia.
Cito as seguintes linhas do meu texto:
"Em ambos os casos, seja quem for o vencedor, a margem da vitória poderá ser muito estreita. Se assim acontecer, não é impensável supor que o vencido possa recusar-se a aceitar o resultado. Nesse caso, criar-se-ia uma crise política e um processo de agitação social muito graves. Ora, ninguém quer ver a Turquia numa situação de profunda instabilidade interna. Sobretudo nós, os vizinhos europeus. Já temos problemas que bastam. Qualquer indício de crise pós-eleitoral na Turquia deve ser tratado com muita circunspeção e a uma só voz."
A Polónia está rapidamente a tornar-se uma das economias mais dinâmicas da UE. Os novos Estados membros da Europa do Leste estão a mostrar um dinamismo e uma capacidade de aproveitamento da integração europeia que nos é desconhecida. De quem é a culpa?
Vários média russos estão proibidos de emitir no espaço da União Europeia. A primeira lista foi aprovada em março de 2022 e a lista complementar em junho. Os média interditados eram meras fontes de mentira e propaganda da Federação Russa. Alguns deles são dirigidos por intelectuais profundamente antiocidentais, que não perdem uma oportunidade para atacar a União Europeia, à base de falsidades inventadas nos círculos do poder em Moscovo. Fazem-no com grande habilidade, o que os torna verdadeiramente perigosos, em especial numa altura em que o Kremlin lançou uma campanha bélica contra a Ucrânia e pretende destruir a UE.
Fechar esses instrumentos de propaganda não é um acto de censura. Faz parte do conflito. Os europeus sabem fazer a diferença entre a verdade e a mentira. Mas nem sempre é fácil. Nem todos têm a preparação diplomática, os conhecimentos académicos ou a informação necessária para fazer o trio. Por isso, os dirigentes europeus aprovaram essas medidas de proibição.
Um ou outro intelectual comentador na comunicação social critica essas decisões. Na minha opinião, ainda não perceberam em que tipo de conflito estamos metidos, a força e o perigo que o inimigo representa. Devem pensar que todos têm a alta capacidade de discernir que o a sorte lhes deu. Ora, não é assim.
Uma das grandes questões de hoje diz respeito ao futuro das nossas relações com a China. A União Europeia precisa de definir com mais precisão e de modo mais estratégico a maneira como pretende orientar esse relacionamento. E deverá ter em conta que se caminha para um confronto entre os EUA e a China. Que linha política deverão os europeus seguir, se esse conflito se tornar violento? Ou mesmo no caso de, não sendo violento, ser um conflito aberto e profundamente hostil, que fazer?