Jantar das dez
Depois de um dia ao Sol, 45 graus, a pôr condecorações no peito de militares, a discutir como conjugar o trabalho das tropas com o dos polícias, rebeliões e outras aventuras armadas, o papel das comunidades na resolução dos conflitos à volta da água e das terras, o ter ou não uma reserva estratégica de combustíveis para o abastecimento necessário durante a estação das chuvas que está a chegar - consumimos centenas de milhares de litros por mês - , fui jantar com uma delegação do Eliseu e mais uns ministros e outros notáveis aqui da terra.
Calhou-me uma conversa séria com Presidente da Assembleia Nacional. É um gigante de dois metros e tal, um dos filhos de uma das cinquenta e três esposas do seu falecido pai.
Resolvidos os assuntos em causa, o Presidente virou-se para mim, viu os meus cabelos brancos, a minha posição, estatuto, e disse-me: "Temos que ir visitar a minha região natal. É aquela ponta que entra pelos Camarões adentro." Acrescentou, após uma pausa que tardou em findar: "Garanto-te que voltarás com dez mulheres!"
Claro que respondi muito obrigado. Mas a viagem fica sem data marcada. Foi apenas um jantar diplomático das dez. Da noite.
Bons sonhos.