Morrer no deserto
Hoje perdi um tenente da Polícia chadiana. Tinha organizado uma perseguição nas terras desérticas do Nordeste, no seguimento do roubo de uma viatura 4X4, num campo de refugiados. O tenente e os seus homens foram no rasto dos bandidos. Nas pistas que levam à fronteira com o Sudão, no meio da areia e dos montes comidos por milhares de anos de vento do deserto. Os polícias das Nações Unidas seguiam na segunda viatura, em apoio ao tenente e à sua equipa.
Os bandidos, nestas terras, estão equipados de AK-47, metralhadoras ligeiras de grande eficácia. Prepararam uma emboscada, como resposta à perseguição. A viatura da frente foi varrida à bala. O tenente teve morte instantânea. Um outro polícia ficou ferido. O veículo dos Polícias das Nações Unidas guinou à direita, para fugir às balas e foi parar na duna mais próxima.
O Sol estava a pino. Era a hora do meio do dia.
O Tenente Abdallah Ismael foi enterrado em Iriba, no Nordeste do Chade, a 50 quilómetros do local do ataque, ao fim da tarde.
Como homenagem, convido o leitor a ir ao Google Earth e ver onde fica Iriba e o campo de refugiados de Am Nabak.