Sem anseios
Alguém escreveu para me dizer que considerava o meu texto na Visão da semana passada, sobre as Derivas Socialistas, uma prova que eu estava à procura de um cargo de ministro ou coisa assim. Que me estava a colocar.
Disse ao SOL, em entrevista de Janeiro de 2007, que quando voltar a Portugal, depois de 31 ou 32 anos na ONU, não é para me sentar ao lado do telefone, ansioso, à espera que me telefonem, a convidar para qualquer coisa mais ou menos pública. Não ando nem andarei à pesca de lugares.
Disse isso, na altura, e repito-o, agora. Não jogo no campeonato dos lambe-botas, nem preciso de dizer que sim, quando quero dizer que não. Quero voltar a afirmá-lo, para que os senhores das corridas aos tachos e tachinhos possam dormir a sesta descansados.
A política portuguesa é feita de gente desassossegada e desconfiada. Anda tudo a correr atrás do interesse pessoal. Será, talvez, por as oportunidades de bons empregos serem poucas e esparsas.