A impaciência
Quem desempenha o papel de mediador na resolução de um conflito precisa de ser muito paciente. Fazer pressão sobre as partes para que a solução chegue num curto espaço de tempo acaba por virar uma ou ambas as partes contra quem tem como missão facilitar a paz.
Paciência e resultados não são questões incompatíveis. Uma jornada faz-se num dia. Muitos dias de jornada acabam por nos levar ao destino.
No caso do Darfur, por exemplo, o erro, neste momento, está na pressa em chegar a um cessar-fogo. O fim das campanhas militares é importante. Mas só acontecerá quando houver um mínimo de confiança no processo político.
Não nos podemos associar a um contra-relógio que quer forçar o fim das hostilidades através de pressões diplomáticas de tipo imperial. É preciso deixar que cada lado veja as vantagens duma paragem das hostilidades.
Em matéria de política e de conflito é preciso ter uma pele espessa, de crocodilo. E como qualquer velho crocodilo que se preze, convém estar imóvel, por algum tempo, mas com os olhos bem abertos. É que a oportunidade pode aparecer a qualquer momento.