Medalhas e valor
Ontem, decorei o contingente militar togolês. A medalha das Nações Unidas reconheceu o valor de cada soldado que o Togo teve a coragem política de nos enviar. Pequeno país, mas com muito orgulho nacional.
Hoje, tive a oportunidade de decorar o contingente da Polónia. Soldados muito disciplinados. Bem preparados. Armados como deve ser. Prontos a todas as operações que o deserto exige. Era o dia das Forças Armadas Polacas.
Decorei também uma secção de tropas especiais da Croácia.
E tive tempo, entre muitos afazeres, para ouvir a sabedoria do Sultão de Dar Zaghawa. O vigésimo terceiro em linha directa, vinda de um antepassado distante. Quem diz que esta gente não tem história? Os Zaghawas são um povo guerreiro, pastores de camelos nas horas vagas, senhores de muito orgulho, e a principal fonte de recrutamento dos rebeldes do Darfur.
Percorri mais de dois mil quilómetros, entre ontem e hoje. Por isso, as letras pesam e cada palavra é arrancada ao cansaço de quem arrasta os ossos velhos pelas terras onde nem o Diabo gosta de ficar por muito tempo.