Políticos bem curtinhos
Copyright V. Ângelo
Na política eleitoralista, o que conta são os efeitos de curto prazo. Mesmo quando o pano de fundo é muito pouco claro. Interessa que o imediato tenha cores claras e vivas. Quanto ao resto, depois se verá.
É o que está a acontecer com os dados do PIB, nalguns países europeus, incluindo em Portugal. Neste período de vésperas de eleições, na Alemanha, em Portugal, de referendo na Irlanda, é fundamental que o PIB, no último trimestre, tenha crescido umas décimas.
Permita dar palmadas no peito. É a satisfação de quem está no poder, e por lá se quer manter.
Só que estas décimas poderão custar muito caro. Estão a ser obtidas à custa de intervenções massivas do Estado na economia. Sem um mínimo de atenção ao endividamento público, sem que se faça um esforço de reestruturar a economia. A reestruturação seria a solução de longo prazo, durável e criadora de uma nova dinâmica económica.
Mas quem quer ouvir falar do longo prazo, quando as eleições são já em Setembro?