Mais uma emboscada
Voltámos a ter uma emboscada, na estrada entre Abéché e Guéréda, no Leste do Chade. Este Sábado, pela manhã, homens com armas de guerra atacaram uma coluna de humanitários. Perto do campo de refugiados de Kounoungou, um sítio que alberga 19 mil pessoas que fugiram do Darfur.
O delegado do Governo, que sempre lutou ao lado das organizações humanitárias, ia na viatura da frente. Perdeu a vida. O corpo chegou ao fim do dia a N'Djaména, num voo especial do PAM, o Programa Alimentar Mundial.
Ontem à noite estive em contacto com a Delegada para o Chade do Comité Internacional da Cruz Vermelha. Discutimos a escalada da violência contra as organizações que operam na zona de fronteira, no Darfur e no Chade. A Cruz Vermelha não aceita escoltas de polícia ou militares. Mas face ao banditismo violento que agora se vive, que remédio...
Nas duas próximas semanas, a violência dos gangs criminosos e as relações entre o Chade e o Sudão vão ocupar todo o meu tempo.
Não vai haver muito espaço livre. Tenho a certeza que ninguém tem inveja de uma vida assim.