Ralações e outras guerras
Os meus textos na Visão abordam tão somente questões de política internacional. Para quem está fora de Portugal e nas funções que exerço, essa é a área mais indicada. Foi esse o acordo com a direcção da revista, há dois anos.
E ainda bem, que as matérias de política nacional são, infelizmente, autênticas guerrinhas de meninos birrentos, que querem guardar a bola só para eles. Haverá, mais tarde, muito a dizer sobre isso.
Mas para já, falemos de outras preocupações. O meu texto desta semana está disponível on-line:
http://aeiou.visao.pt/ralacoes-internacionais=f546639
É mais um testemunho pessoal. Escrevo sobre uma decisão que, se não for alterada, põe em risco as vidas e os direitos humanos de muita gente. Entre eles, centenas de milhares de refugiados provenientes do Darfur. Pessoas muito vulneráveis, que precisam da presença dos representantes da comunidade das nações, através da MINURCAT, e das outras agências da ONU, e da boa vontade do Governo do Chade, para que possam continuar a ter um mínimo de protecção.
Deixá-las sem a protecção da ONU seria um erro muito grave. Esta foi, aliás, a mensagem que alguns líderes dos refugiados trouxeram para o encontro com Luís Amado, quando o Ministro visitou o campo de Djabal, às portas da cidade de Goz Beida, a 60 quilómetros da fronteira com o Sudão.
Curiosamente, as ONGs, que gostam sempre de falar com voz grossa, têm estado muito silenciosas. Não se fazem ouvir, quando deveriam dizer claramente que sem segurança não existirão condições para que o trabalho humanitário continue. Esta falta de posição pública ficará na história das ONGs e será objecto de teses académicas futuras. Mas, entretanto, os refugiados poderão ficar ao abandono.