Contra a violência
Durante as minhas viagens de ontem, pensei muito na tragédia daquele menino de 12 anos que, em Mirandela, se lançou às águas bravas do Rio Tua. Embora muito longe de Portugal, Mirandela, bullying nas escolas portuguesas, e o gesto desesperado do Leandro, preocuparam-me. Mais. Revoltaram-me.
Penso que as escolas do nosso país não têm sabido tratar da questão muito grave que é o bullying. Não é dada orientação sobre o assunto. Os políticos, por seu turno, a começar pelos diferentes ministros e secretários da Educação, não entendem, nem nunca quiseram compreender, a gravidade do problema. Como em muitas outras áreas, deixam andar. Não se sentem responsáveis. Não vêem. Não estão à altura. Temos uns políticos que voam ao nível baixinho da mediocridade. Até nesta área tão evidente, que é a violência contra as nossas crianças.
O bullying, e todas as formas que as praxes escolares tomam, sejam elas praticadas na adolescência ou no início da juventude, nos institutos militares, de polícia, nas universidades, e noutros locais de aprendizagem e de formação de jovens, são práticas inaceitáveis. Devem ser vistas como indicadores de um povo primitivo, sem elevação moral, velhas reminiscências de um gosto por barbaridades. Violam a dignidade da pessoa e os direitos humanos. Têm que ser proibidas. E severamente punidas.
Estamos no Século XXI, meus senhores e minhas senhoras.