Hoje 'a noite não da' para sair de casa. Há milhões de gafanhotos, de formigas voadoras, melgas, mosquitos, e outros insectos alados 'a volta de tudo o que brilha, metendo-se com tudo o que mexe, incomodando o pobre cidadão que não pertence ao mundo dos bichos estranhos.
E' o reino dos sapos e dos lagartos, que 'as dezenas, por toda a parte, em cada canto do jardim e nas ruas, não têm boca para tanto insecto.
Isto de se ser insecto, de só se ter vida quando a estacão seca começa, vida que dura umas horas, e' como ser um desgraçado de um político, atraído pelas luzes da noite, morrendo pela manhã, ao levantar do Sol.
E os sapos fazem pensar nos capitalistas que vivem do esvoaçar dos insectos sem futuro.
O comentário de LFBT ao meu blog sobre os prazos de validade dos partidos é um texto de grande importância, que deve ser lido com atenção. É uma reflexão profunda e inteligente sobre a crise actual, um desafio intelectual que nos interroga.
Levanta a questão fundamental que se traduz na pergunta: Que crise e' esta, que atravessa os Estados Unidos, passa para a Europa e atinge as economias da Ásia?
Diz LFBT que é uma crise de civilização, o fim de uma época, e põe o assento tónico no facto de que o capitalismo nos colocou a todos, com o passar do tempo, numa situação de consumidores frenéticos, com uma estandardização das necessidades e uma produção em massa dos bens e serviços que corresponderiam 'as necessidades assim criadas.
Só que os consumidores não têm os meios financeiros para responder aos estímulos do mercado. Foram recorrendo ao crédito, ate' que se chegou 'a situação actual, quando já não há capacidade para refinanciar os empréstimos, nem para pagar as dívidas.
Pode haver desacordo em relação 'as conclusões a que chega.
Mas penso que a mensagem que procura transmitir é muito clara: é preciso voltar a colocar as pessoas, não o consumo, no centro das preocupações, e' preciso formular uma nova filosofia de vida, uma nova política que vá para além da primazia do capital.
O debate fica assim aberto.
Fica também por fazer o debate sobre o impacto da crise internacional na nossa própria crise económica e social nacional, que e' hoje evidente e inegável, a não ser que se ande de olhos vedados ou 'a caça de votos.