A propósito do enredo das casas do município de Lisboa, aqui 'a porta do escrutínio dos meios de comunicação social, pense-se no que irá por esse país fora.
A verdade e' que a fiscalização dos executivos camarários pela Inspecção-geral do MAI deixa muito a desejar. Não e' feita com eficiência, não e' sistemática, não e' célere. Por isso, abre as portas a todo o tipo de práticas ilegais e corruptas. E quando ainda por cima o sistema de justiça funciona 'a maneira do nosso, a passo de caracol sem energia...
As câmaras municipais são, por esse mundo fora, quando não são vigiadas a sério, grandes centros de práticas corruptas. Mais ainda, com o aproximar das eleições autárquicas.
Um ilustre e venerando senhor, ao escrever hoje na imprensa portuguesa sobre a actual crise económica e financeira, dizia que era preciso mudar o modelo económico. Caso contrário, rematava, a degradação financeira não fará que aumentar.
Mas o problema e' que dificilmente se descortina, para além da retórica, um modelo alternativo.
Os economistas e intelectuais de esquerda não conseguem ultrapassar a mera crítica do sistema. Não existe uma proposta sistemática, estruturada, credível, de um novo tipo de economia, que satisfaça as aspirações de bem-estar e tenha ao mesmo tempo em conta a globalização inevitável das relações internacionais.
Todos os comentários que aparecem aqui e ali são apenas uma tentativa de limar as arestas do sistema dominante nos países mais desenvolvidos.