Os desgraçados que continuam diariamente a tentar assaltar os bancos portugueses, ao estilo faca e alguidar, não tiveram a oportunidade de nascer numa família aristocrática, ou da grande burguesia, e de frequentar uma boa faculdade de ciências económicas e financeiras ou uma escola de business administration.
Se tivessem tido essa sorte, assaltavam, roubavam as poupanças dos portugueses, davam cabo dos bancos, a partir dos seus assentos nos Conselhos de Administração das casas bancárias, sem que nenhuma autoridade com poder politico os incomodasse.
A Assembleia da República ainda lhes daria uma mãozinha, ao aprovar, como o fez hoje, uns 20 000 milhões de Euros de garantia.
Mais uma vez, só os pequeninos e' que levam porrada.
Bem cedo pela manhã, estava para embarcar no aeroporto de N'Djamena, com destino `a fronteira com a República Centro-Africana, quando vejo passar a todo o gás um helicóptero das forças irlandesas, como se estivesse a levantar voo ao estilo de um avião.
Chegou ao fim da pista sem ganhar altitude e acabou por enfiar o nariz no areal que se segue, após o fim do alcatrão. Felizmente, não houve vítimas, nem feridos graves.
Mas o interessante foi ver passar dezenas de veículos, ambulâncias, carros de combate ao fogo, da polícia, das autoridades de todo o tipo, grandes meios, que o helicóptero era militar e tinha o apoio da missão de protecção europeia.
Fizeram-me pensar na crise económica e financeira internacional que se despenha também nos dias de hoje. Os carros dos políticos, dos grandes economistas, dos salvadores de todo o género, correm para o lugar do acidente. Mas a verdade e' que o crash já teve lugar e os grandes meios apenas servem para mostrar que há resposta, mas quando já não há muito que salvar.
Certos líderes, nesta crise de agora, são mesmo como os bombeiros pirómanos. Deixaram atear o fogo, gozaram com o espectáculo, e agora reúnem-se, com o barulho das sirenes a fingir que há meios, para constatar apenas que só um milagre e' que fará com que não hajam vítimas.