Loucuras
Acabo de ler um testemunho que descreve o percurso, verdadeiro, de uma loucura. Um homem de Belfast traumatizado, quando criança, pelas explosões, a violência entre as comunidades, as tentativas de assassinato contra o seu pai, vai em missão ao Ruanda, depois ao Iraque, e que acaba por se deixar ir abaixo, esfrangalhar-se.
Já numa outra missão, um outro homem, também de Belfast, meteu uns tiros nos camaradas que com ele estavam de guarda, num momento de fractura psicológica. Aconteceu numa das missões de paz das Nações Unidas, no Médio Oriente.
Num ambiente de grande tensão, conhecer cada personalidade, cada percurso, a história de cada um dos intervenientes, é fundamental. Permite antecipar, prever e evitar.
Na política, onde as tensões são o pão quotidiano, passa-se o mesmo. Há muitas loucuras. Temos, por isso, que dar mais atenção às psicologias de cada dirigente. Caso contrário, corremos riscos de grande vulto.