Sem um funcionamento adequado das principais instituições da governação não há democracia. Sem democracia forte e bem estruturada não há solidariedade social. Sofrem os mais fracos. Não há progresso social e o país não sai do marasmo. Perde pontos e competição em relação aos outros países concorrentes.
Estas são infelizmente as pinceladas sombrias que definem o perfil de Portugal.
Mas há força suficiente para mudar o retrato. Precisa de ser mobilizada.
Quando se nasce no meio dos pedregulhos e se cresce na aridez dos horizontes fechados, rodeado de silvas bravias, fica-se com a impressão que os problemas se resolvem à pedrada.
O diploma sobre o estatuto dos Açores é não só de constitucionalidade duvidosa, mas também politicamente leviano. A ruptura a que conduz, no que respeita à relação institucional entre o Governo e a Presidência, destabiliza o equilíbrio entre duas importantes sedes de poder.
O equilíbrio de poderes e a cooperação estratégica são indispensáveis para a convivência democrática. Mais ainda, são fundamentais numa altura em que Portugal entra numa crise económica de grande gravidade e em que a classe política está cada vez mais desacreditada pelos escândalos de corrupção, de golpes baixos e de falta de liderança capaz de responder aos desafios de uma sociedade à procura de um destino melhor.
É altura de mostrar um pouco mais de juízo e um pouco menos de arrogância das brenhas.