Liderar e respeitar
O general de quatro estrelas Eric Ken Shinseki foi demitido de funções e passado à reforma em 2003, por criticar o lançamento da campanha militar americana contra o Iraque de Saddam. Um oficial distinto, corajoso e de reconhecido valor profissional, disse no seu discurso de despedida que um líder efectivo tem necessariamente que ter um grande respeito pelas pessoas sob o seu comando. Comandar sem respeitar leva na maioria dos casos à desconfiança e à arrogância, acrescentou na altura.
Barack Obama acaba de anunciar que vai nomear o General Shinseki como Ministro dos Antigos Combatentes. É, mais uma vez, uma decisão de grande alcance, reveladora da maneira de trabalhar de Obama e da sua capacidade para ir buscar gente de grande mérito.
O Ministério dos Antigos Combatentes é um dos departamentos americanos que mais recursos tem. Incluindo toda uma rede de hospitais especializados.
Ao falar-se de desconfiança e de arrogância pensa-se em Portugal. Seria bom que os dirigentes portugueses aproveitassem das observações feitas pelo general e reflectissem sobre a relação íntima que existe entre governar, liderar e respeitar os cidadãos, sobretudo as gentes mais afastadas dos centros de poder.