Corrupções e impunidades
A VISÃO que está nas bancas escreve uma longa narrativa sobre Dias Loureiro.
A leitura atenta desse texto dá uma pequena ideia da corrupção que existe em certos círculos políticos de Portugal. E das ligações de interesses e falcatruas que existem entre a política, as secretas, as polícias de investigação criminal, os negócios e o sistema de justiça.
Tudo isto se passa com impunidade. Estamos no reino da impunidade. As instituições que deveriam investigar e julgar a corrupção na área da política não funcionam, ou por que as não deixam, ou por compadrios de interesses, ou ainda por que andam todos ao mesmo, por sítios escuros, com uma mão no saco e a outra nas curvas do prazer.
A opinião pública, por outro lado, deixa andar. Não se mobiliza. Não reage para além do cinismo individual que nos caracteriza. Temos uma opinião cívica fraca, pobre e preocupada apenas com o pão de cada dia, que cada vez é mais problemático, em verdade se diga.
Portugal faz-me pensar nalguns países do terceiro mundo onde trabalhei. Não só pela fraqueza das instituições. Também pela cultura de poder. Nesses países, passar pela cabeça de um ministério, estar no poder, era a oportunidade que o ditador dava para que se tivesse acesso a um período de enriquecimento pessoal. Quem havia sido ministro e continuava pobre, levava com um atestado de parvoíce em cima. Perdera a chance.