O " Tribunal da Consciência " que, por iniciativa de uma plataforma de ONGs portuguesas, se havia reunido ontem e hoje, para " julgar " o Estado e outros actores na área da cooperação pela falta de cumprimento dos compromissos assumidos na Cimeira Europa-África de Dezembro de 2007, resolveu " suspender a tramitação " e dar mais um ano a todos, para que tenham a oportunidade de vir a cumprir o que havia sido acordado.
Foi uma decisão ajustada. Na verdade, depois da chamada de atenção que foi este acto simbólico de julgamento, é preciso que todos os responsáveis pelas relações com África continuem a trabalhar em conjunto, para pôr em prática as decisões da Cimeira do ano passado.
O grande risco que existe, neste momento, está relacionado com a crise económica internacional e a possibilidade de que os fundos para a cooperação venham a ser cortados de maneira drástica durante 2009.
Combater este risco é uma das bandeiras que exige a mobilização da sociedade civil.
No Dia Internacional dos Direitos Humanos, convém não esquecer que discriminação das mulheres continua a ser um facto por esse mundo fora. A igualdade de direitos entre os homens e as mulheres é um ideal por realizar, na grande maioria das sociedades.
Um aspecto bem específico tem que ver com a violência contra as mulheres. Mas não só.
A propósito, será de lembrar que o governo espanhol, aqui mesmo ao lado, tem uma grande percentagem de mulheres. Não é preciso ir muito longe de casa para se encontrar um bom exemplo. Mas, como nós, tem um problema social importante em termos de índices de violência doméstica. A sociedade não tem acompanhado ao mesmo ritmo a classe política.
No reino político dos Yes-men, os senhores deputados são, na maioria dos casos, escolhidos por razões de fidelidade absoluta ao líder do partido. As eleições legislativas são apenas uma oportunidade para se mostrar uma preferência por um partido, ou o desagrado por uma liderança. Não têm nada que ver com a qualidade dos candidatos a deputados.
Com uma assembleia formada assim, que esperar?
Sobretudo às Sextas-feiras, nas vésperas de uma ponte de feriados importante?
Esta é a grande falha do nosso sistema democrático. Os partidos políticos não só sofrem de uma défice de democracia interna, mas acabam por promover apenas os mais alinhados com a direcção do momento. Isto favorece a carreira dos oportunistas, espertalhaços e que sabem como o sistema partidário e de poder funcionam, bem como o aparecimento de toda uma classe política de medíocres, mas profundamente fiéis, não ao clube, mas ao patrão que está em Lisboa, à frente da máquina, do aparelho do partido.