Nas margens do Rio Chari, a dois passos do Lago Chade, a experiência é a mãe de todas as artes de viver e sobreviver. Tudo com serenidade e sem invejas, que cada um é o que é, e como pode ser, sem mais. Assim se constrói a paz de cada dia.
O plano anunciado no Sábado pelo Governo, para responder à crise económica, estimular a actividade das empresas e aumentar a protecção social, parece ser , à primeira vista, de apoiar. Só uma análise mais detalhada das medidas, quando os pormenores forem objecto de legislação adequada, permitirá um julgamento mais apurado. Para já, soa bem.
É agora fundamental que esse plano seja definido com rigor e que os mecanismos de execução, de seguimento e de coordenação sejam claramente estabelecidos. Há que passar do plano à prática. E não criar novas estruturas burocráticas, com o pretexto da aplicação do plano. Embora se reconheça quão incapaz, ou pelo menos, pouco convincente, é o senhor da Economia, e limitado, tosco, o senhor das Finanças.
Também é preciso esclarecer de onde vem o dinheiro para financiar as medidas propostas. O aumento do endividamento público precisa de ser controlado. E o défice orçamental não pode ultrapassar os limites aceitáveis numa situação de excepção, ou seja, terá que ficar nos 3% do PIB. Os subsídios de hoje são os impostos de amanhã. Cuidado, então.
É verdade que o pacote vem apenas duas ou três semanas depois de aprovado o Orçamento do Estado para 2009. Este facto levanta de imediato a questão da rectificação do orçamento aprovado. O OE 2009 já não é o que era há quinze dias. Está desactualizado, perdeu a alma em duas semanas de vida.
Põe igualmente a nu a teimosia em fazer aprovar o orçamento à queima-roupa, sem que se tivesse em atenção a situação previsível, em 2009, de abrandamento e contracção da economia nacional.
Haverá que distinguir o que são medidas de curto prazo, cujo impacto imediato é imprescindível, e por isso devem ser executadas com prioridade absoluta, das intervenções de médio prazo, mais estruturantes mas de menor urgência.
Finalmente, o plano terá que ser apresentado na Assembleia da República, para debate.
A propósito, para que serve o Conselho Económico e Social na actual arquitectura democrática portuguesa? Para além dos custos que acarreta, que utilidade tem?
Bernie Maddof, o arquitecto de um fundo de investimentos milagreiro e de uma fraude monumental, está a fazer cair fortunas e reputações, incluindo as de grandes bancos, como o Santander, o BBVA, Natixis, BNP Paribas, Royal Bank of Scotland, HSBC, Noruma, e de certos bancos bem mais discretos, mais privados, das praças de Genebra e de Zurich.
Homem que tinha o hábito, bem lucrativo, de contribuir para campanhas partidárias, de apoiar instituições de beneficência e participar nas actividades de clubes privados muito exclusivos. Tudo isto lhe deu, ao longo de muitos anos, uma áurea social e uma cobertura de amizades que tão benéfica se revelou nas suas relações, bem distantes, com as autoridades que deveriam regular e controlar os mercados bolsistas de Nova Iorque.
A sua falcatrua é uma grande machadada no sistema.