Dogdoré, na fronteira do impossível
Dogdoré é uma localidade a 25 kms da fronteira com o Darfur (Sudão). Está situada numa zona de transição entre a savana árida saheliana e a floresta de acácias de zonas secas. Com cerca de 4 000 habitantes, aos quais se juntaram 24 500 deslocados ou refugiados internos, Dogdoré tem conhecido desde Setembro uma onda de ataques violentos, por homens armados, que atacam as autoridades locais, bem como as ONGs que assistem as populacões.
ACF ( Action Contre la Faim ), Medecins Sans Frontieres-France e o Comité Internacional da Cruz Vermelha tiveram que suspender provisoriamente as suas operaçóes de assistencia na zona.
Chefe militar de Dogdoré. A discussão sobre as questões de segurança levou a que prometesse uma presenca mais coerente e continua das Forcas Armadas na região, para evitar as infiltrações mortíferas dos Jenjaweeds.
Prometeu igualmente que os soldados respeitariam os diretitos humanos das populações civis.
A intervenção, durante a reunião, do Coronel Herri Ali, comandante da Guarda Nomada, que patrulha o deserto e a savana montada em dromedários, foi igualmente importante. O Coronel mostrou que compreende que a comunidade internacional espera que as suas patrulhas sejam feitas com respeito pela vida e os bens das pessoas. Com disciplina e dentro da lei.
Um dos chefes de comunidades que vivem em Dogdoré. A pobreza, a falta de água, de assistência médica, e de escolas, são, para além da questão fundamental da segurança, os problemas partilhados por todas as comunidades que vivem nesta área.
Jovem lider local. Sem acompanhamento, que será o seu dia de amanhã? Que futuro, para alem da violência?
Homens de Dogdoré. As mulheres ficaram em casa.
Fotos Copyright V. Angelo