Num período de crise, a questão central é da protecção política e social dos mais vulneráveis. Das pessoas que têm uma base económica frágil. Que conhecem o significado da palavra precariedade, quer por motivo de baixos rendimentos familiares, de desemprego, de idade e género, quer ainda por trabalharem em sectores da economia que estão ameaçados pela crise, pela evolução estrutural do sistema produtivo e pela concorrência internacional.
Convém falar nisso, tantas vezes quanto necessário, porque os políticos têm uma memória curta. Não podemos deixar que se esqueçam das suas responsabilidades.
Não fiquem preocupados, Amigos, não há que ter receios. Este é um sítio de intervenção social. Aqui não se baixam os braços. Não se esperam favores. Neste blog, luta-se por um Portugal melhor. Sem desculpas, nem pedidos de autorização.
Passei a manhã a ouvir falar dos problemas da educação pública secundária. Incluindo dos falsos cursos de formação profissional, que existem nas escolas secundárias só para Bruxelas ver, para as estatísticas, para o show-off.
Foi uma manhã preocupante. Ouvir os profissionais da educação, gente sem partido, experiente e séria, é perceber a ilusão que é a actual política educativa. Que disfarça e procura escamotear a falta de conteúdo e de resultados no sector público da educação com a proliferação dos gadgets tecnológicos. Como se os quadros interactivos e os computadores fossem um substituto para a má qualidade do ensino que se pratica em muitos estabelecimentos. Ou para a falta de preparação e de disciplina dos alunos.
A política nacional de educação precisa de ser revista de alto a baixo. Convém por um ponto final a muitos anos de deriva. O futuro do país exige que se organize, através da sociedade civil, uma conferência nacional para debater a reforma do sistema público de educação em Portugal.
Uma Fundação poderia tomar a iniciativa. A Assembleia da República, que deveria ser o órgão institucional vocacionado para esse tipo de debates, não tem credibilidade suficiente. Nem independência. Os sindicatos, por outro lado, embora devessem participar, têm uma missão diferente. Não lhes cabe tomar a liderança de um processo de reforma.
É de mencionar, como uma excelente iniciativa, a exposição de trabalhos artísticos promovida pela Divisão da PSP de Oeiras e que pode ser vista no Centro Comercial Alegro de Alfragide. Crianças, algumas delas em idade de infantário, de várias escolas do concelho, foram convidadas a utilizar materiais reciclados, como caixas de ovos, embalagens de leite, recipientes de todo o género, cartão de recuperação, e criar obras de arte sobre a tolerância, a diversidade étnica, a escola segura, o meio ambiente, a violência entre os alunos.
Alguns dos trabalhos revelam uma grande potencialidade artística. O conjunto é atraente e vale a visita.
A iniciativa permite ainda uma maior aproximação entre a Polícia e as crianças, sem excluir os pais e todos os que, vindo de fora de Portugal, vivem em condições precárias na zona de Oeiras.
Certos intelectuais dos nossos continuam a atacar o neoliberalismo, como o mal de todos os pecados. Para eles, neoliberalismo é sinónimo de capitalismo desencabrestado.
A pergunta é então: Onde está a resposta? No neosocialismo? Outra pergunta: Que significa neosocialismo? Obamismo à europeia, a ver o entusiasmo que agora impera?
Ou talvez uma outra pergunta seja apenas: palavras, palavras, e frases bombásticas, meus senhores, mas que alternativa de sistema apresentam?
A produção de ideias em Portugal vem da tradição bombista dos anarco-sindicalistas. Lançam-se umas pastilhas para o ar e espera-se pelo estrondo. Depois, confunde-se barulho com inteligência.
A Cimeira do G20 correu bem. As medidas adoptadas fazem sentido e revelam uma preocupação de entendimento e um sentimento de partilha das responsabilidades. Os países em desenvolvimento não foram esquecidos.
Agora, é uma questão de coerência na execução do que ficou decidido.
Por outro lado, as principais praças financeiras conheceram um dia positivo, com aumentos da ordem dos 4% nos índices de valores.
Duas boas noticias num dia de Sol mas relativamente frio.
Nos campos de refugiados do Darfur também há preocupações de beleza. As mulheres não deixam de ser belas, mesmo em situações de grande precariedade. É bom manter um certo optimismo.
Ter uma visão ampla da vida, mesmo na rotina do dia-a-dia, dá-nos uma certa paz de espírito e uma perspectiva de conjunto. Vê-se a floresta. E os jogos de cores e contrastes.