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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Sul da insegurança

 

Estou de volta do Sul do Chade. Fui de avião, voltei pelo mesmo meio, e andei cerca de 500 quilómetros por estradas e picadas, não muito longe da fronteira com a República Centro-Africana.  Foi um safari paralelo à fronteira, de Oeste para Leste.

 

É uma zona onde o controlo do Estado se tem vindo a afirmar. Nota-se um reforço dos sistemas de segurança, num quadro democrático aceitável. Mas continuam a surgir casos de ataques nas estradas mais isoladas, raptos de crianças pertencentes às comunidades pastorícias --para forçar os familiares a vender os bovinos e a pagar os resgates; deste modo, associa-se uma certa forma de vingança contra os nómadas cujos animais destroem as culturas agrícolas locais, com maneiras ilícitas e expeditas de ganhar dinheiro -- e conflitos mortais entre os agricultores e os pastores. Existe ainda, do lado da fronteira Centro-Africana, toda uma série de grupelhos armados, rebeldes nas horas vagas, caçadores furtivos de animais de grande porte a tempo inteiro, que são uma ameaça para a estabilidade da região.

 

Trouxe uma ou outra foto, que acabarão por aparecer neste blog. Até tirei uma foto a um dos vários gatos do Padre Avelino, homem de Penude, em Lamego, que encontrou a vida na zona de Sahr, a 800 quilómetros de N´Djaména. É um missionário comboniano, que sabe viver a alegria da vida dedicando-se por inteiro aos esquecidos do meio da África.

 

O texto da semana, com estrondo

 

O meu texto desta semana na VISÃO, que está nas bancas, também pode ser lido on-line no sítio:

 

http://aeiou.visao.pt/tiros-secos-e-balas-perdidas=f509440

 

Escrevi, desta vez, sobre a maneira como se faz má comunicção social na União Europeia. De como a falta de comunicação tem levado a um alheamento crescente dos cidadãos europeus perante as questões comunitárias. Tudo isto irá certamente ter uma grande influência nas eleições que terão lugar a 7 de Junho.

 

Convido-vos a ler e comentar. Quem escreve, nos dias de hoje, gosta de ver as reacções dos leitores. Dão vida à escrita.

Hoje viajo para Moundou

 

Começo a manhã de hoje com uma reunião sobre a segurança na zona de fronteira. A retórica belicista tem vindo a crescer, entre os dois vizinhos. Tento fazer compreender que a guerra não é solução, nem para o Chade nem para o Sudão. As vozes influentes da comunidade internacional têm que repetir a mesma mensagem.

 

Depois da reunião, dirijo-me para a cidade de Moundou, 500 quilómetros ao Sul da capital do Chade. Vou ter uma conversa com o Governador da região. Depois, estarei com o pessoal internacional que opera na área. Uma zona onde de vez em quando homens armados param os carros que por aí circulam, dão uns tiritos e levam o que lhes cai à mão. O pessoal da ONU é um dos alvos preferidos. Mas não o único.

 

No dia seguinte, Quinta-feira, estarei ainda mais a Sul, no mato que é a fronteira com a República Centro-Africana. Devo visitar, entre outras tarefas, os três missionários portugueses que vivem nessas terras, um por cada lado. São gente muito interessante. Dois deles, muito jovens. O outro, um "velho" de quase cinquenta anos, muitos dos quais vividos por estas terras do Sul do Chade.

 

O blog vai sofrer com a viagem, mas haverá certamente histórias para contar, no regresso. Entretanto, para a nova equipa do GOE, que me acompanhará, vai ser a sua primeira grande saída para uma área mais complicada.

 

 

 

Auto-retrato a bordo de Air France

 

Copyright V. Ângelo

 

Estou novamente a bordo de Air France, a caminho da África Central, num velho avião que é o machibombo diário dos trabalhadores Texanos do petróleo. Faz a rotação entre Paris e N'Djaména, os homens voltam aos campos de exploração do ouro negro. Os assentos --melhor diria, as banquetas --que restam são vendidos ao preço do verdadeiro ouro aos pobres diabos como eu. 

 

Na semana passada, na viagem em direcção ao Norte, a companhia teve a graça de me perder a mala. Entrámos em N'Djam'ena com bagagem, saimos em Paris de mãos a abanar. Como não houve nenhuma paragem pelo caminho, deve ter caído por um buraco da fuselagem. Apareceu três dias depois, penso que morta de sede, que atravessar o deserto não é para menos, em Zurique...Não há dúvida que mesmo em tempo de crise profunda, muitos dos caminhos de África vão dar aos bancos Suíços, ou pelo menos, aos principais centros financeiros.

 

Entretanto, eu estava em Nova Iorque... 

Luz verde ou o pontapé de saída

 

O motorista que me conduziu, nos últimos dias, em Nova Iorque emigrou há dezasseis anos para os Estados Unidos. Passa os dias ao volante da limusina de cor preta. É um homem desenrascado. Conhece os cantos da grande cidade como ninguém.

 

Cresceu no Punjab, habituou-se a lutar desde muito pequeno, que na Índia não há mercê para quem fique parado.

 

Está a preparar o seu regresso à terra natal. Nova Iorque é uma urbe que oferece muitas possibilidades a quem tenha genica, mas há uma altura em que é preciso estabilizar, reduzir o ritmo e pensar na família. Além disso, a vida está cada vez mais cara. Novos emigrantes, bem mais jovens do que os quarenta e dois anos do meu condutor, chegam todos os dias. É preciso ser-se realista.

 

E o senhor Singh - quer dizer "Leão" em língua Sikh - sabe que a vida é como é: o leão alfa só permanece à frente da alcateia durante uns tempos. Depois, é obrigado a dar o lugar a um animal mais pujante. Perde a batalha pela dominância. Acaba escorraçado.

 

No reino dos políticos as coisas passam-se da mesma maneira. Escorraçar é um verbo que os políticos conhecem bem. É conjugado de muitas maneiras.

 

A diferença é que o senhor Singh sabe, como apenas os sábios o sabem, que vale mais sair pelo seu pé. Na mó de cima. Não com o rabo entre as pernas.

 

 

O boneco mecânico

 

Estive recentemente com um dos líderes da cena internacional que há anos que não via. O homem lembrou-me, uma vez mais, todos os tiques e defeitos de uma liderança fraca:

 

   -Incapacidade de ouvir;

 

   -Enjaulado no seu próprio discurso, que repetia até aborrecer a audiência;

 

    -Falar como quem dispara uma metralhadora, sem que o discurso tome a forma de uma conversa e de um diálogo;

   

    -É tudo muito mecânico;

 

    -Muito formal; e quando se torna informal, dá a impressão que é por razões de temor, de medo do interlocutor;

 

    -Rodeado de servilismo;

 

    -Atraindo os oportunistas; os que não são subservientes, estão no jogo por motivos de promoção pessoal.

 

O que faz ainda mais pena é que o homem, se estivesse aconselhado como deveria, até poderia sair-se bem da festa. Mas estes fracassos que aparentam sucesso gostam de se fechar em círculos bajuladores imbecis. 

Os corruptos da vida

 

O meu texto da VISÃO, disponível on-line, sobre as práticas corruptas, nalguns casos, e abusivas, noutros, dos membros do Parlamento inglês e' meramente ilustrativo da falta de moralidade e de sentimento do dever cívico que, nos últimos anos, se generalizou entre os que detêm algum cheirinho de poder. Os políticos, os banqueiros, os autarcas, os senhores com algum tipo de autoridade pública sobre os outros, passaram a guiar-se pela filosofia do ganho pessoal. E dos compadrios 'a volta de pequenos grupos de interesse.

 

Só um movimento de cidadãos, tipo ONG, e uma imprensa liberta dos favores do poder poderão contribuir de um modo eficaz contra esta tendência que a todos prejudica e que traz consigo outros males, como a quebra da solidariedade social, o cinismo, o individualismo doentio, a morte do civismo, que e' um capital fundamental e' qualquer sociedade.

 

Penso que há razões para preocupações. Como também penso que não ajuda nada fingir que não se vê.

Os deputados do dinheiro

 

A minha crónica desta semana na VISÃO:

 

 http://aeiou.visao.pt/uns-deputados-bem-aproveitados=f508436

 

 Boa leitura, poucas lagrimas e muitos comentarios, por favor.

 

Temos que acreditar que uma politica diferente e' possivel...

 

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