Solidões
Copyright V. Ângelo
O pássaro das penas grandes anda muito circunspecto pelas terras que já deram fruto.
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Copyright V. Ângelo
O pássaro das penas grandes anda muito circunspecto pelas terras que já deram fruto.
Em política, é fundamental ser-se humilde. A política é um serviço. A política é um pacto de confiança entre o eleitor e o agente político. Precrário, que precisa de ser renovado de vez em quando. ´Por vezes, não o é.
A falsa humildade é um erro que sai caro. É um teatro mal representado. Termina em pateadas.
O espectáculo do senhor das Novas Fronteiras, ontem, a tentar fazer humor com a necessidade de se ser humilde, foi uma cena triste, captada pelas televisões. O pobre homem, que nos confunde todas as Segundas na TV do Estado, meteu os pés pelas mãos e saiu-se mal da cambalhota.
A carruagem continua por mau caminho. Creio que a surpresa que vão ter nas legislativas vai se ainda maior do que a de 7 de Junho.
Convém sempre ouvir os economistas. Nenhum político pode ignorar a opinião dos economistas. Mas, em seguida, o verdadeiro líder tira as suas conclusões e decide. Com uma vista ampla, que certos projectos são para o longo prazo. Cabe ao político sair da visão normal das coisas e prever o que outros não conseguem antever.
Lembro-me de que os economistas haviam previsto, no início de Século XX, que por volta de 1950, as ruas de Londres deveriam ter cerca de dois metros de altura de esterco. Tal era a progressão, em 1900, das carruagens puxadas por cavalos.
É o problema das bestas.
Portugal precisa de continuar a sua modernização. Precisa de um novo aeroporto internacional que sirva a zona de Lisboa. Precisa de trens rápidos. Precisa de uma infra-estrutura informática generalizada. Tem que oferecer meios do Século XXI se quer ter uma economia virada para o futuro. Tem que ser um país que chame o investimento.
Ousar fazer é ousar vencer. Os tímidos afogam-se nas suas penas.
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Uma vida sempre a lutar. Sobretudo para quem anda pelos desertos da vida. Quando aparece uma poça de água, é preciso aproveitar. Com elegância, que tudo deve ser feito com graça e a calma dos sábios.
O meu texto de hoja na revista VISÃO também pode ser lido on-line:
http://aeiou.visao.pt/derivas-socialistas=f513296
Trata-se de uma reflexão sobre a crise de ideias e de princípios que os diferentes partidos socialistas europeus estão a viver.
Procuro abrir as portas a uma reflexão construtiva.
Está aberto o debate.
Hoje perdi um tenente da Polícia chadiana. Tinha organizado uma perseguição nas terras desérticas do Nordeste, no seguimento do roubo de uma viatura 4X4, num campo de refugiados. O tenente e os seus homens foram no rasto dos bandidos. Nas pistas que levam à fronteira com o Sudão, no meio da areia e dos montes comidos por milhares de anos de vento do deserto. Os polícias das Nações Unidas seguiam na segunda viatura, em apoio ao tenente e à sua equipa.
Os bandidos, nestas terras, estão equipados de AK-47, metralhadoras ligeiras de grande eficácia. Prepararam uma emboscada, como resposta à perseguição. A viatura da frente foi varrida à bala. O tenente teve morte instantânea. Um outro polícia ficou ferido. O veículo dos Polícias das Nações Unidas guinou à direita, para fugir às balas e foi parar na duna mais próxima.
O Sol estava a pino. Era a hora do meio do dia.
O Tenente Abdallah Ismael foi enterrado em Iriba, no Nordeste do Chade, a 50 quilómetros do local do ataque, ao fim da tarde.
Como homenagem, convido o leitor a ir ao Google Earth e ver onde fica Iriba e o campo de refugiados de Am Nabak.
A cena de ontem na Assembleia da República, com uns senhores muito importantes totalmente descontrolados, continuou a encher as casas dos portugueses, ao longo do dia de hoje. É a política espectáculo, na sua dimensão mais patética.
Foram imagens que vieram acrescentar mais uma pedra ao edifício do descrédito da política em Portugal.
Entretanto, ficamos à espera. Será que os larápios que estiveram à frente do BPN serão um dia chamados a prestar contas à Justiça?
É que junto do descrédito da política vive a irmã que dá pelo nome de descrédito da justiça. Andam ambas à solta.
O espectáculo do Governador do Banco de Portugal a ser interrogado pelos senhores deputados foi mais do que um diálogo de surdos. Foi um cena triste. Mais um episódio atabalhoado, numa assembleia sem homens de estado. Surdos e arrogantes. Um acto que simbolizou, de novo, a falta de elevação na vida pública portuguesa.
O vídeo deveria ser levado para as escolas secundárias e ser utilizado como material didáctico. Nas aulas de educação cívica. Mostrando claramente o que a cultura política não deve ser.
Escrevi sobre o Islão, na edição da semana passada da Visão. Era um texto político. Mas para certos leitores, o que ficou foi a leitura religiosa do Islão. E têm trocado comentários bem vivos sobre a questão da fé islâmica e das fés, em geral. Uma demonstração de que a religião continua a acender os ânimos.
Mas as palavras ficam dentro dos limites da elegância. É uma guerra com alguma tranquilidade e combatida no sítio on-line da revista. Tudo muito ao estilo do que deve ser o Século XXI.
Mas é curioso notar como a religião continua a atrair opiniões bem marcadas, e trocas de palavras acesas. Mas não incendiárias.
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Mesmo em terras pobres, a amizade é uma riqueza.
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