Os preços dos produtos alimentares são equivalentes aos de Lisboa, ou mesmo mais baratos. O que é caro é a habitação, as rendas e os condomínio e os serviços ligados ao alojamento, canalizadores, carpinteiros, artesãos especializados, etc.
É uma cidade disciplinada, ampla, com largas avenidas, e ruas sem gente. As pessoas vivem fechadas em casa, nos parques públicos, ou sobre si mesmas.
O ciclista é rei, no país dos carros de grande cilindrada. A ecologia é a palavra de ordem mais batida.
Dizem-me que os preços dos apartamentos mais pequenos, uma espécie de T1 com 40 metros quadrados, baixaram, em termos médios, de cerca de 25%. Com 750 000 dólares já se pode comprar qualquer coisa em Manhattan, uma sala e um quarto.
Certos jovens, com os dentes afiados e grande agilidade mental, perderam os empregos que tinham nas empresas financeiras que vivem à volta de Wall Street. Estão actualmente numa situação de bancarrota. Compraram, nos dias fáceis, apartamentos que custaram 5 milhões de dólares. Hoje, esses andares valem, quando aparece comprador, o que é raro, metade desse valor. O condomínio custa uma fortuna cada mês, vários milhares de dólares. E não há dinheiro para suportar esse custo. É a derrocada.
Mas, pelo menos, há optimismo, de novo. Muita gente pensa que o pior da crise já passou. Que as políticas de Obama estã a dar resultado. Veja-se os dados do PNB, ontem divulgados.
Encontrar maneira de sobreviver este período, até à recuperação económica, é o drama do quotidiano. Amanhã a vida voltará a correr bem. Mas é preciso lá chegar.
Um drama que não impede os bons restaurantes de continuar cheios. Um jovem de Nova Iorque nunca come em casa. Mesmo se está na bancarrota.