Sem hesitações, nem espaço para folgas
As questões de segurança continuam a estar no centro das preocupações.
Depois de três artigos na Visão sobre os riscos que uma segunda volta das eleições poderiam acarretar, eis que os peritos da ONU em matéria eleitoral são vítimas de um ataque muito sério. Seis colegas mortos esta manhã, em Cabul. Um drama. Uma tristeza. A lista de nomes ainda não foi revelada, mas tenho receio que alguns deles tenham trabalhado comigo, noutras eleições.
Já fiz várias, por esse mundo.
Entretanto, o polícia que foi ferido no ataque contra uma das nossas esquadras, na Segunda-feira, continua entre a vida e a morte. Mais de um lado do que do outro. A bala, de uma kalashnikov, atravessou o addomen, destrui parte dos intestinos, o grosso e o delgado, e outros orgãos. Amanhã será operado pela segunda vez, pela equipa norueguesa, no nosso hospital de campanha ultra-equipado. Um jovem. Um homem jovem.
Na Sexta, vai ser preciso fazer um prognóstico muito sério da sua situação.
Muito sério. Uma decisão.
No seguimento destes acontecimentos, tive que dar ordens que diminuam os riscos para o nosso pessoal. Em caso de ataque, a resposta tem que ser certeira. Sem hesitações. É uma decisão grave, mas nestas terras, não há muita folga para erros, nem para estados de alma.
Também tive de decidir sobre as escoltas das colunas humanitárias. Sem mais conversas.