Cansaços
Depois de uma viagem que me levou, na Sexta a Birao, nos confins do centro de África, no Sábado a Abéché, depois Guéréda, terra das rebeliões, seguida de Gaga, onde o nosso posto de polícia foi atacado por Jenjaweeds, mais o regresso a N´Djaména, passei horas a tentar evacuar o agente que foi gravemente ferido na Segunda-feira.
Está em condições de ser evacuado, depois de duas operações de várias horas no nosso hospital militar de Abéché. Neste momento, necessita de 50% dos nossos recursos hospitalares, para se manter vivo. Tem que ser transferido para um hospital maior, com mais especialistas. Se assim acontecer, safa-se.
Estamos a tentar a África do Sul. O hospital militar de Pretória é do melhor que há. E também a Líbia.
Como não é funcionário da ONU, é mais complicado. Trata-se de um polícia chadiano a trabalhar lado a lado com as forças das Nações Unidas, na protecção de refugiados. Um homem com coragem, que teve azar.
O avião ambulância já está pronto.
Tem sido uma canseira, para ultrapassar a burocracia. Horas e horas ao telefone. Em reuniões. Mas lá iremos.
Com uma grande fadiga às costas.