A mensagem de Ano Novo do Presidente da República é equilibrada, fácil de entender e certeira.
Estamos, de facto, concordo plenamente, "perante uma das encruzilhadas mais decisivas da nossa história recente". Também penso que os "entendimentos partidários" são indispensáveis para que possamos ultrapassar a grave situação em que Portugal se encontra.
A economia e a protecção dos mais vulneráveis são as duas grandes prioridades.
Os valores éticos, numa sociedade onde há muita gente que perdeu a vergonha e está disposta a praticar todas as sacanices, têm que voltar a ser os padrões da nossa conduta.
Só que enquanto houver impunidade para os mais fortes, porque o sistema de justiça continua propositadamente ineficaz, a ética será apenas uma palavra sem conteúdo, com pouco mais valor do que o serve para polir as aparências.
O dia primeiro do ano novo acabou mal. Estava a entrar no cerne da questão, numa matéria de muita importância nesta nova vida, quando todos os sistemas de comunicação se foram abaixo. Deixou de haver net, a rede telefónica de segurança desapareceu, fiquei com aquele sentimento que os galãs dos filmes de outrora deverão ter sentido, quando, prestes a beijar a donzela, depois de uma cena de grande intensidade dramática, acontece uma catástrofe qualquer e tudo fica de pantanas. E não há beijo.
Neste caso, não houve muita coisa, inclusive blog. Começar o ano assim é de ficar com os ossos todos frustrados.
O plano era partilhar estas flores de uma zona árida. Flores que encontrei à saída de Guéréda, uma terra de muita violência, num sítio onde o Sahel se finda e surge a paisagem do Sahara.
Aqui estão as flores:
Copyright V. Ângelo
Com estes arbustos e pedregulhos, mesmo à beira da picada que sai da localidade para o Oeste, a área tem sido local de muitas emboscadas e ataques contra os trabalhadores humanitários e os funcionários internacionais. O último caso foi o de delegado do governo para a ligação com os refugiados. Foi assassinado a uns metros desta árvore tão linda.