Uma fasquia rasteira
Um dos grandes colunistas do Washington Post - E.J. Dionne Jr. - perguntava, num artigo publicado hoje, se os Estados Unidos serão capazes de manter uma posição de liderança internacional quando a discussão política interna se caracteriza por ser "incorrigivelmente estúpida".
A mesma pergunta, mas à nossa dimensão, poderia ser feita em relação a Portugal. Numa altura em que o debate de ideias e a prática política estão totalmente confusos e sem nível, como pode Portugal aspirar a ser eleito para um lugar no Conselho de Segurança da ONU? Ou, mais modestamente, pensar poder ter um papel de maior relevo na UE? Ou, baixando ainda mais a fasquia das nossas ambições internacionais, como pode Portugal ter um papel de algum peso na CPLP ou na resolução da crise na Guiné-Bissau?
A política externa inspira-se na interna.