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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

A cimeira dos olhos azuis

 

Ontem, a convite de David Cameron, realizou-se, em Londres, uma cimeira dos países do Norte da Europa. Foi a primeira vez. Da Islândia à Estónia, lá estiveram todos os escandinavos e os bálticos, à volta do primeiro-ministro britânico. Chamei a esta reunião a cimeira dos olhos azuis. Mas, não eram só os olhos. Dos sete homens presentes -havia também duas mulheres- seis apresentaram-se com gravatas de tons azuis. Ou seja, o azul era a cor dominante, nesta reunião de gente que se considera de grande seriedade e na ponta do progresso social.

 

Na realidade, e na simbologia, era um encontro de gente semelhante, "think alike people", como os ingleses gostam de dizer. Uma espécie de afirmação política contra a Europa do Sul. Para mostrar que há uma parte da Europa que funciona, que não está em crise, salvo, claro, o caso da Islândia, que aposta na inovação, na igualdade do género e que promove uma economia verde. Estes foram os três grandes temas do encontro.

 

No próximo ano vão voltar a encontrar-se, dessa vez, na Suécia.

 

Tudo isto mostra que a tendência para um rearranjo dos grupos de países, até mesmo no seio da UE, é cada vez mais evidente. Grupos que, há vinte ou trinta anos faziam sentido, estão agora, de um modo mais ou menos sub-reptício, a ser postos em causa. É tempo de novas alianças.

 

Mostra também que a aproximação geográfica traz consigo a proximidade cultural e esta leva à procura de novos entendimentos políticos. 

 

Feitas as contas, este tipo de iniciativas vem sublinhar, uma vez mais, a fragilidade da UE, que passa a ser cada vez mais, e apenas, um mercado que permite a livre circulação das mercadorias. Mas que não tem unidade política nem uma identidade comum.

Segurança

Ontem estive no Porto, para fazer um palestra pública sobre as questões de Segurança Humana e Nacional. Foi uma iniciativa do Instituto de Defesa Nacional. O Instituto tem uma direcção dinâmica, ainda em princípio de funções, que tem levado a cabo iniciativas interessantes, com o apoio de quadros superiores bem preparados e com empenho. É um instituto que abre a porta a debates corajosos e procura recolher opiniões diversas, para ajudar o Ministério da Defesa na tomada de decisões.

 

A conferência decorreu no auditório de uma das fundações sediadas no Porto, a Eng. António de Almeida. Esta fundação tem condições de trabalho e de logística muito boas. Está situada numa zona privilegiada da cidade.

 

A imprensa deu algum destaque ao debate. Só que confundiu "debriefing", o processo de recolha de informações e de experiências, após uma campanha de terreno, com "briefing". O "briefing" faz-se antes da partida para o teatro de operações, de modo a dar uma panorâmica geral, informações genéricas de base, a quem vai estar na frente de combate.

 

Foi curioso ver gente vinda de Aveiro, Lamego e de Vila Real, de propósito, para estar presente na palestra. Como também foi interessante notar a importância dada à capacidade de resposta às calamidades e desastres naturais. Existe uma preocupação sobre o assunto. Muitos pensam que é uma ameaça importante, incluindo no nosso país, e que não se dá atenção suficiente aos meios necessários para uma resposta rápida, em caso de crise. Como também se pensa que a União Europeia não está equipada para responder eficazmente a este tipo de problemas.

Cada um sabe de si

Passei algum tempo a reflectir sobre a metodologia de Análise de Risco, em matéria de segurança. Faz parte da minha conferência, amanhã, no Porto.

 

Da reflexão à realidade foi um pequeno passo, com as eleições presidenciais à porta, aqui no nosso Portugal. Em tempo de incertezas, há vários riscos possíveis. Uns com maior impacto do que outros.

 

Ninguém sabe qual será o resultado destas eleições. Sobretudo se se tiver em conta o grande nível de descontentamento que prevalece actualmente no país. Nessas circunstâncias, o melhor é mesmo ir votar. Cada um saberá por quem. Este blog não dá conselhos. Seria uma falta de respeito.

Prima-donas

Jantei recentemente com uma personalidade da intelectualidade portuguesa. Foi muito fácil. Não precisei de falar. O homem não se calava. Como foi a primeira vez que estivemos juntos, o sujeito deve ter pensado, após o jantar, que me havia deixado muito impressionado.

 

Hoje telefonei a outro intelectual muito conhecido. Era para discutir o apoio a dar ao MNE em matéria de Conselho de Segurança da ONU. Na continuação, aliás, da reflexão feita pelo grupo de trabalho que fora constituído em Novembro de 2010 e que já mencionei aqui. Foi muito fácil. Pouco precisei de dizer. O homem não parava de falar. Mais. Tudo o que o MNE queria, parecia-lhe errado, e tudo o que lhe interessava, porventura por paixão intelectual, que outras razoes não vi, estava longe de ser uma prioridade para Portugal e para o Conselho.

 

Somos um país de prima-donas, tudo ego, muita palha e muitos coices, muita cabeça nas nuvens, mas pouco puxar pela carroça.

De Doha a Goa

Ao que parece, as exportações portuguesas para o Qatar, em 2010, totalizaram um volume simplesmente insignificante: 19 milhões de dólares. Não há dúvidas que se trata de um mercado que ainda está por explorar, pelo menos pelos empresários portugueses.

 

Entretanto ouvi dizer, dos lados de Londres, que estão a chegar à Grã-Bretanha uma série de Indianos com passaporte português. Estes novos imigrantes, que não falam a nossa língua, são, curiosamente, todos naturais de Goa, de onde saíram recentemente, pela primeira vez na vida. Como obtiveram o passaporte, não se sabe.

 

Foi-me sugerido que se desse uma vista de olhos no que se passa no Consulado-geral de Portugal em Goa.

O Inverno da Tunísia

Ben Ali, que dirigiu a Tunísia durante mais de 23 anos, foi forçado a abandonar o poder e o país. Deve estar esta noite em Valeta, a capital de Malta, à espera de um destino final. Não saberá onde irá acabar, mas sabe que tem dinheiro investido na Europa e nos Estados do Golfo.

 

O Presidente interino, que era até hoje o primeiro-ministro, Mohamed Ghannouchi, é um velho senhor, que vai tentar salvar os móveis do regime. Deverá ser Sol de pouca dura, que a rua, que tem revelado uma coragem invulgar, quer mais do que uma simples continuação dos senhores que constituíam a clique de Ben Ali. Quer uma mudança total da classe dirigente. Quer democracia.

 

Falta perceber qual será o papel reservado aos militares, que constituem um dos pilares mais estruturados da sociedade tunisina.

 

Entretanto, o que se passa na Tunísia é o resultado de uma ditadura que não conseguiu resolver os problemas de emprego dos jovens nem reconhecer que a corrupção e as falcatruas dos actos eleitorais são artimanhas com pés de barro. Os jovens concluem mestrados em direito e noutras matérias e depois são vendedores ambulantes, ou pior ainda. A corrupção, que tinha na senhora do Presidente o expoente mais ávido, levou ao enriquecimento dos fiéis e ao empobrecimento dos outros.

 

Mas há outro problema, de que se virá a falar em breve. Os fundamentalistas têm estado a organizar-se, por vias clandestinas, ao longo dos últimos anos. Ben Ali não os deixava pôr o nariz fora de água. Agora, o contexto é diferente. Creio que em breve vão passar a contar a sério, no novo xadrez político. 

Derivas belgas em tempos de mercados instáveis

A 24 de Junho de 2007, escrevera na Visão, um texto sobre a crise política da Bélgica, a que dera o nome, sugestivo, de "A jangada belga".

Apontara, na altura, que a crise institucional era, então, mais fracturante do que nunca. Um ou outro observador discordou da minha análise, dizendo que era demasiado pessimista.

 

Infelizmente, não era. Hoje a crise é ainda mais profunda. Atingiu uma dinâmica imprevisível. O futuro do país, como Estado unitário, está em risco. Ninguém pode prever o que será o dia institucional de amanhã.

 

Num texto que saiu na Visão de hoje, volto a escrever sobre a Bélgica. Faço a previsão que apenas o medo dos mercados, que já se preparam a investir contra o reino, poderá levar os partidos belgas a um acordo. Que será, de qualquer modo e se se verificar, de uma grande precariedade.

 

A leitura deste texto é possível no sítio:  http://aeiou.visao.pt/belgica-o-poder-dos-mercados=f585826

Problemas de entendimento

O Banco Central Europeu apareceu ontem no mercado, como já o havia feito anteriormente, a comprar freneticamente obrigações do tesouro português. Ou seja, a tentar segurar a posição de Portugal nos mercados financeiros. Trata-se de uma intervenção de curto prazo. Alivia-se o problema durante uns dias, poucos, na esperança de que uma solução mais profunda possa, entretanto, surgir.

 

Tenho muitas dúvidas sobre esta maneira de fazer do BCE. Já o disse e repito. Como também duvido que este tipo de intervenção esteja dentro do mandato do BCE.

 

Entretanto, ao ouvir o que se diz em Portugal sobre os mercados financeiros e ao ler o que se escreve, só posso chegar à conclusão que há muita política em torno do problema, daquela política que tenta vender gato por lebre, e pouca análise. Não é boa ideia pensar que a propaganda, o slogan, a politiquice permitem compreender o que se passa. Também não é bom tomar decisões com base no slogan.

 

A verdade é muito simples, embora isso custe aos nossos propagandistas. A economia portuguesa precisa de capital para poder continuar a funcionar a um nível que seja aceitável, com custos sociais mínimos. Não existindo capacidade interna de financiamento, resta a solução de ir aos mercados de capitais e tentar atrair as poupanças de outros, fora de portas. Simplesmente, quem empresta quer garantias. A mais importante, e se calhar, neste momento, a mais difícil de obter, é a de que existe um governo competente e politicamente sólido. Quando essa competência possa estar em dúvida e a solidez do governo, que é medida em termos do apoio do eleitorado, pareça precária, quem tem dinheiro para emprestar não o empresta. Ou então, quer taxas de juro mais elevadas, para compensar o eventual risco de não pagamento.

 

Será que isto é difícil de entender?

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