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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Sangue na praça pública

A repressão violenta de manifestações pacíficas é inaceitável. Espero que a Líbia e o Bahrein oiçam muitas vozes a repetir essa verdade, nas próximas horas e dias.

 

As elites dirigentes desses países sabem, aliás, que assim é.

 

Mas é bom que seja dita por muitos. Nas ruas e nas chancelarias.

 

Incluindo pelos Estados Unidos, país aliado do Bahrein.

 

Só é pena que a Itália não tenha a coragem de o dizer ao Coronel. A Itália tem muitas parecerias com o Líder e não as quer perder. Real politics, a política dos negócios.

 

 

Incompetências preocupantes

Os novos dados do desemprego em Portugal são francamente preocupantes. Mas, eram de esperar. E a tendência é para a continuação do agravamento.

 

Também é preocupante ouvir, cada mês, quando aparecem as estatísticas do emprego, as asneiras que o homem que pretende ser o Secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional debita, a título de análise das taxas. Ainda hoje, disse aos media umas coisas incompreensíveis, do género, o positivo é o significado negativo dos dados. Não disse bem assim, que ele não sabe falar com clareza, mas afirmou: "Durante 2010 o crescimento do desemprego desacelerou bastante em relação a 2009".

 

Isto, e muito mais, dito num tom que parecia o anúncio de uma vitória política.

 

Pior que ele é difícil. Mas a ministra da pasta, a ministra do atrapalho, não perde uma oportunidade para tentar ultrapassar o seu Secretário de Estado. Esta tarde, por exemplo, revelou, na Assembleia da Republica, que está em curso uma reflexão sobre a idade da reforma. Umas horas depois, os serviços do seu ministério publicaram um comunicado a dizer que não, que não é bem assim, que a subida da idade da reforma " não está em cima da mesa..."

 

Os problemas do governo são vários. Um deles é, certamente, o da incompetência de muitos dos seus membros.

 

 

Risco bancário

Dizia-se hoje, baixinho, discretamente, para que não fosse muito ouvido, que um dos nossos grandes bancos portugueses estava a negociar com um dos antigos presidentes do seu Conselho de Administração, para que o homem aceitasse uma redução na sua pensão vitalícia.

 

O fulano tinha estado à cabeça do banco - uma cabeça estranha que ele tem, cheia de ideias que não lembram nem ao Diabo - durante uns anitos. Saiu com uma reforma mensal de 40 mil euros. Sim, 40 mil. O banco em questão quer agora reduzir esse valor, cortar 10%. Ou seja, o pensionista, que tem à volta de 50 anos de idade, passaria a receber apenas 36 mil por mês.

 

Pensei que um banco que paga esse tipo de pensões deverá ter outros gastos igualmente exorbitantes. Conta minha, numa casa dessas, nem pensar. Nem aconselho ninguém a trabalhar com um banco assim.

 

 

Pano para mangas

Quem se ocupa das questões internacionais está com muito pano para mangas.

 

A situação no Egipto continua muito complexa. Há progressos, mas existem riscos de derrapagem.

 

Na Tunísia, o novo governo ainda não conseguiu estabelecer uma governação efectiva.

 

Entretanto, os jovens do sexo masculino fogem do país, a sete pés, aproveitando o vazio de autoridade. Só nos últimos três dias, foram cerca de 4000 os que desembarcaram em território italiano.

 

Um êxodo que tem mostrado a falta de uma resposta europeia comum. A Itália que resolva...

 

Afinal o muito falado e famoso contágio inclui a Europa...

 

No Iémen, as batalhas campais são o pão quotidiano. A oposição, quando se manifesta na capital, é violentamente atacada por adeptos do regime. A ordem pública é uma desordem que é útil ao Presidente Ali Saleh.

 

No Bahrein, uma parte da população esteve, hoje, na rua. O país é rico. Mas, falta a liberdade. Foi esse o motivo das concentrações.

 

O Bahrein, ao contrário do Egipto, da Tunísia e do Iémen, é constituído por crentes xiitas. Como no Irão.

 

O Irão teve igualmente um dia de manifestações. A repressão é grande, violenta, mas muitos estiveram nas ruas de Teerão. Os telemóveis e a internet estiveram desligados algumas horas. Porém, a informação acabou por chegar ao exterior do país.

 

Curiosamente, as manifestações tiveram lugar no mesmo dia que o Presidente da Turquia iniciava a sua visita oficial ao Irão. O Presidente Abdullah Gul teve a coragem de dizer claramente, numa intervenção pública, ao lado do seu homólogo iraniano, que é preciso prestar atenção às movimentações populares. Foi uma declaração importante.

 

Os corredores do poder

Copyright V. Ângelo

 

 

Não há motivos para surpresas.

 

Pedir a um partido, que só existe porque congrega os votos do protesto com os da frustração, a que se juntam mais uns pós de simplismo moralizador, que tenha, na Assembleia da República ou fora dela, uma política madura e responsável, é como pedir a um alcoólico que se mantenha sóbrio.

 

Como também não é surpresa que os mestres do governo aproveitem a ocasião para, tal como donzela manchada, atacar aqueles que são, de facto, sem mais, com todas as suas fraquezas, uma alternativa de poder. Nenhum maroto gosta que lhe chamem maroto em público. Mas, se é um maroto esperto, sabe bem onde focalizar a sua indignação de patife ofendido.

 

Ver a principal oposição a vacilar, também não tem nada de novo. Faz parte da falta de liderança política, da fragmentação que caracteriza o agrupamento.

 

Não será igualmente surpresa ver os profissionais do comentário político, gente de muitas palavras e pouco crédito, passar horas, nas televisões e nos jornais, a interpretar uma irresponsabilidade. Na aldeia que nós somos, os compadres falam do que sabem, das coisas pequenas, do que passa pelo adro da igreja.

 

Dizer que, lá fora, a nossa imagem fica pior com um anúncio de uma jogada parlamentar sem pés nem cabeça, é um exagero. Quem segue a situação, nas principais praças, sabe o que vale uma bagatela desse género.

 

Os corredores do poder deveriam convidar à serenidade. E à reflexão.

A Índia é amiga de Portugal

Cabe ao Brasil presidir ao Conselho de Segurança da ONU, durante o mês de Fevereiro.

 

O Brasil quer aproveitar a sua presença no Conselho, sobretudo no mês em que está na cadeira da presidência, para se bater pela reforma do mesmo e garantir que, no futuro, um dos lugares de membro permanente lhe seja atribuído. Esta campanha está a ser feita em sintonia com a Índia e a Alemanha, que partilham o mesmo tipo de ambições.

 

Ontem, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, António Patriota, presidiu a uma reunião especial do Conselho, convocada pelo seu país, para discutir as interconexões entre as questões da paz, da segurança e do desenvolvimento. Estavam presentes, como seria de esperar, os ministros homólogos da Índia e da Alemanha. Como também estava o nosso MNE, Luís Amado.

 

O Banco Mundial tentou, durante os debates, chamar a atenção para as lições aprendidas nos últimos anos em matéria de pós-conflito e de consolidação da paz. A minha antiga colega Sarah Cliffe falou da segurança dos cidadãos, da administração da justiça e do emprego, como sendo os três pilares essenciais de qualquer programa de estabilização bem pensado e com possibilidades de sucesso.

 

Curiosamente, não falou num quarto pilar que é igualmente fundamental: o relativo aos direitos humanos. O Banco Mundial ainda não se sente à vontade para falar de direitos e liberdades fundamentais. É uma falha de monta, como o Norte de África o está a demonstrar.

 

O nosso ministro, que falou de improviso, sem ler o discurso que havia sido preparado e previamente distribuído, falou, demoradamente, sobre a geopolítica mundial e o Médio Oriente em particular, sublinhando, várias vezes, que é preciso adoptar-se um " comprehensive approach", uma maneira de actuar que combine vários tipos de resposta.

 

Na minha opinião, deveria ter aproveitado a ocasião para afirmar, claramente, que Portugal reconhece que é urgente proceder à reforma do Conselho de Segurança. Isso seria entendido pelo Brasil e pela Índia, para já não falar na Alemanha, como um sinal claro de apoio às suas ambições. A nossa diplomacia bilateral com esses países teria marcado mais uns pontos.

 

Foi mal aconselhado.

 

O ministro indiano lembrou ao Conselho as palavras fortes de Mahamat Gandhi: "a pobreza é a pior forma de violência".

 

E fez um favor a Portugal. Por engano, é verdade, mas sem se desmanchar. Leu metade do discurso que Amado deveria ter lido, antes de se aperceber do erro, de que estava a recitar o papel do vizinho. Ficámos, assim, a conhecer cerca de 50% do que Portugal tinha, de facto, a intenção de dizer.

 

Obrigado, Ministro Krishna.

 

Dois discursos

Esta é uma breve referência a duas declarações sobre o Egipto, feitas de ambos os lados do mundo ocidental, este serão.

 

Em Washington, o Presidente falou na vitória do povo egípcio, no poder das manifestações pacíficas, na dignidade humana e nas relações de amizade entre os dois povos. Foi um discurso de celebração, de entusiasmo e de esperança no futuro.

 

Em Bruxelas, a Alta Representante, a Baronesa Ashton, falou do que é preciso que os novos líderes façam, da ajuda que a União Europeia pode dar -disse que temos muita experiência em matéria de apoio à democratização-, falou dos haveres do ex-presidente, de eleições, etc. Parecia que estava a dar uma lição às gentes do Egipto. Não houve chama nem inspiração nem beleza. Foi um discurso técnico, pouco político.

 

Um dia histórico como o de hoje não é o momento certo para dar lições. Nem temos, nós, os Europeus, que dar lições.

 

Hoje, é dia para sermos generosos e acreditar no futuro.

Ainda o Egipto

 

Na minha página da Visão que hoje foi posta à venda, volto a escrever sobre os acontecimentos no Egipto. Tinha que ser. O assunto continua a ocupar as grandes manchetes dos media. E tem havido, nos países ocidentais, quem tenha expresso profundas reservas e receios sobre o futuro do Egipto.

 

A minha tese principal defende que a mudança no Egipto deve ser encarada pela positiva. Não estamos em 1979, na situação que, na altura, prevalecia no Irão. Temos uma população bem informada, conectada com o mundo e com uma visão ampla das coisas da vida. É verdade que a Irmandade Muçulmana está bem organizada, tem uma vasta rede de serviços sociais, que toca a muita gente. Mas existem outras fatias da população que não se identificam com a Irmandade. A começar pelos militares.

 

Defendo também que esta é a última página da história colonial, no Médio Oriente. Depois da administração directa, pura e dura, tivemos várias décadas de controlo indirecto, à boa maneira anglo-saxónica. É essa fase que está, neste momento, em derrocada.

 

O meu texto pode ser lido no sítio:

 

http://aeiou.visao.pt/nao-ha-razao-para-pesadelos=f589462

 

Entretanto, Hosni Mubarak veio dizer-nos, esta noite, que não sai. Que vai continuar a ser o chefe, embora delegando poderes no Vice-Presidente.

 

Não se entende bem qual é a jogada em que esta cartada se insere, mas foi certamente uma mão terrivelmente arriscada. Amanhã, a rua vai estar cheia de gente. Com manifestações, por toda a parte, que não poderão deixar as Forças Armadas indecisas.

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